PHEV dita nova tendência no mercado de carros eletrificados no Brasil

O PHEV é um veículo híbrido que pode ser carregado diretamente na tomada. Categoria é a que mais cresce entre os carros eletrificados.

Relatório da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) mostra que os modelos PHEV apresentaram um espantoso desempenho de vendas no primeiro semestre de 2023, alterando tendências no mercado brasileiro.

Veja como o PHEV está conquistando o mercado de carros eletrificados

PHEV recém lançado no mercado, GWM Haval H6 mostra força de vendas (Foto: Divulgação/GWM)

Mas, afinal, o que é o PHEV? Estamos falando daquele carro híbrido que pode ter a sua bateria recarregada diretamente numa fonte elétrica, da mesma forma que um carro 100% elétrico. E, como em todos os veículos híbridos, um motor de combustão interna também fornece energia para carregar a bateria.

No mercado de carros eletrificados, as  principais tecnologias são:

  • HEV (Hybrid Electric Vehicle) – veículo elétrico híbrido convencional, sem recarga externa da bateria;
  • PHEV (Hybrid Electric Plug-in Vehicle) – veículo elétrico híbrido com recarga externa (plug-in);
  • BEV (Battery Electric Vehicle) – veículo 100% elétrico com recarga externa da bateria (plug-in).

No primeiro semestre deste ano, o mercado brasileiro vendeu 11.475 veículos PHEV. Isto, segundo a ABVE, representou um explosivo crescimento de 206% em relação ao mesmo período de 2022, quando foram vendidas 3.751 unidades.

Dentro do segmento dos eletrificados, o HEV ainda lidera o número total de emplacamentos no semestre. Porém, a entrada de novas montadoras na produção  de PHEV agitou o mercado e mudou a fatia de cada uma das tecnologias.

Diversos fatores podem explicar esse aumento dos PHEV, segundo a ABVE: o aumento da oferta de modelos, a ampliação dos pontos de recarga e mais informação ao mercado são os principais argumentos para a compra de um PHEV.

Além disso, o híbrido plug-in está conquistando o público por conta da possibilidade que oferece ao seu proprietário de utilizar o carro preferencialmente no modo elétrico, acionando o propulsor à combustão apenas em situações em que o nível de carga da bateria é insuficiente para alimentar o motor elétrico. 

E isso sendo os modelos PHEV geralmente mais baratos que os BEV, o que é uma vantagem e tanto.

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Dados mostram que os carros eletrificados seguem em crescimento acelerado

O Brasil emplacou 32.239 veículos leves eletrificados (HEV+PHEV+BEV) de janeiro a junho de 2023. Os veículos leves incluem automóveis, comerciais leves e utilitários (SUV).

Esse total representa um crescimento de 58% em relação ao primeiro semestre de 2022 (20.427), e se encontra muito próximo das vendas de todo o ano de 2021 (34.990).

Apenas no último mês de junho foram registrados 6.225 emplacamentos – 53% acima de junho de 2022 (4.073).

Foi o melhor mês de junho e o terceiro melhor mês de toda a série histórica, só superado por maio/23 (6.435) e setembro/22 (6.391).

A frota total de veículos leves eletrificados no Brasil chegou a 158.678 unidades, de janeiro de 2012 a junho de 2023.

BEV + PHEV

Os veículos 100% elétricos (BEV) também ganharam mercado no primeiro semestre de 2023, com 3.777 emplacamentos, porém num ritmo muito menor: um crescimento modesto de 11% sobre o primeiro semestre de 2022 (3.397).

Mas essa evolução dos BEV, apesar de muito inferior à dos PHEV, também pode ser considerada significativa, segundo a ABVE.

Isso por conta do já citado fator do valor de aquisição dos BEV, o que pode ser considerado uma barreira para a expansão da tecnologia.

Já os híbridos convencionais (HEV a gasolina + HEV flex a etanol) apresentaram um crescimento de 28% em 2023, na comparação com o primeiro semestre de 2022 (16.987, contra 13.279), e ainda detêm a maior participação do mercado de eletrificados no Brasil.

Volvo XC40 é o carro 100% elétrico mais vendido no Brasil (Foto: Divulgação/Volvo)

Somados, os veículos nos quais é feita a recarga externa da bateria por meio de eletropostos (PHEV+BEV) apresentaram um excelente crescimento nos últimos 12 meses.

Somados, PHEV e BEV alcançaram a marca expressiva de 15.252 emplacamentos no primeiro semestre de 2023, contra 7.148 no mesmo período de 2022 – aumento de 113%.

Os números demonstram que o Brasil começa a seguir a tendência dos mercados europeu e asiático, onde os carros com o sistema plug-in se tornaram predominantes.

O crescimento do uso de veículos elétricos em frotas tem dinamizado esse mercado. Um exemplo é o aplicativo 99, que incorporou veículos BEV da BYD em sua frota em circulação na cidade de São Paulo.

A participação das tecnologias no total de vendas de eletrificados no primeiro semestre de 2023 foi a seguinte:

  • HEV flex – 38% (12.317);
  • HEV a gasolina – 14,5% (4.670 veículos);
  • PHEV – 35,5% (11.475);
  • BEV – 12% (3.777).

Eletrificados aumentam participação nas vendas automotivas

Já a participação de mercado dos eletrificados sobre o total de veículos leves emplacados no mercado doméstico brasileiro também cresceu, chegando a 3,4% no semestre, segundo a ABVE. Foram 32.234 eletrificados em 2023 sobre 934.579 vendas totais de leves.

Esses 3,4% representam um crescimento significativo sobre os 2,4% do primeiro semestre de 2022 (20.427 eletrificados sobre vendas domésticas totais de 851.136).

O Toyota Corolla Cross Hybrid é o eletrificado líder de vendas no Brasil (Foto: Divulgação/Toyota)

Os 10 modelos de carros eletrificados mais vendidos no primeiro semestre de 2023 foram os seguintes:

  1. Toyota Corolla Cross (HEV) – 5.600
  2. Toyota Corolla Altis (HEV) – 3.402
  3. Caoa Chery Tiggo 5X (HEV/PHEV) – 2.292
  4. Volvo XC60 (PHEV) – 2.208
  5. GWM Haval H6 (HEV/PHEV) – 2.160
  6. Caoa Chery Tiggo 8 (PHEV) – 1.786
  7. BYD Song Plus (PHEV/BEV) – 1.095
  8. Caoa Chery Tiggo 7 (HEV) – 1.038
  9. Volvo XC40 (PHEV/BEV) – 903
  10. Porsche Cayenne (PHEV) – 893
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Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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