Peugeot completa 30 anos no Brasil; relembre história

A Peugeot completa 30 anos de atuação no Brasil. A história da montadora, oficialmente, se inicia em 1992 quando os primeiros carros da marca francesa chegaram em território nacional. Mas as negociações para a chegada da marca começaram um pouco antes da reabertura do mercado nacional aos automóveis importados, oficializada em maio de 1990.

Conheça a história da chegada da Peugeot no Brasil

Em setembro de 1988, o Grupo Monteiro Aranha assinou um contrato com a Peugeot. O objetivo era aproveitar o acordo comercial que possibilitava a importação de carros da Argentina e trazer o sedã 505. Mas a fabricante de origem francesa queria mais do que apenas ser representada por um importador. 

Em junho de 1990, representantes da marca se reuniram com a equipe econômica do governo Collor. As primeiras conversas já incluíam a construção de uma fábrica nacional, que anos depois tornou-se a unidade de Porto Real (RJ). 

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A Peugeot investiu aproximadamente US$ 20 milhões nessa primeira fase. A matriz detinha 70% da operação brasileira, enquanto 30% pertenciam ao sócio, o Grupo Monteiro Aranha. As vendas tiveram início em agosto de 1992.

As duas primeiras lojas foram abertas em São Paulo (SP): uma no bairro dos Jardins e outra no centro da cidade. Os anúncios das concessionárias exibiam a frase “Dirija-se ao 1º mundo”.

Primeiros carros no portfólio da Peugeot

O modelo de entrada da marca era o Peugeot 205 SX, equipado com motor 1.4 a gasolina (75 cv). O compacto vinha do Uruguai e chegava ao Brasil com redução de impostos. A versão esportiva GTI e a conversível CTI, ambas importadas da França, completam a família de compactos que abriram as ruas brasileiras para a montadora.

O carro chegou ao Brasil chamando a atenção. Em testes feitos por jornais e revistas especializadas da época, o 205 GTI partiu do zero e chegou aos 100 km/h em menos de 9 segundos. Não havia nada tão rápido entre os hatches nacionais naquele momento. A potência do motor 1.9 era de 130 cv.

Peugeot 205 GTi (Divulgação: Stellantis)

Além do Peugeot 205, havia um outro modelo de pequeno porte no primeiro portfólio da marca francesa: o 106 XT, que chegava ao Brasil apenas um ano após ser lançado na Europa. Ele também era importado da França, da mesma forma que o carro mais luxuoso da linha: o 605 SV 3.0 V6 (170 cv).

O sedã impressionava com seus 4,72 metros de comprimento. Seu ar-condicionado tinha regulagem automática de temperatura e mostrador digital, enquanto os bancos dianteiros traziam ajustes elétricos e aquecimento. Eram itens raros na época, bem como o teto solar com abertura elétrica, o computador de bordo e o CD player.

Espaço interno do Peugeot 605 SV era destaque no mercado. (Divulgação: Stellantis)

Mas a grande aposta no início das operações foi o terceiro modelo importado da França: o sedã 405, que havia feito história na Europa ao estabelecer uma pontuação recorde na eleição Carro do Ano 1988 (Car of The Year).

A versão esportiva Mi16 foi a que mais chamou a atenção dos convidados. A potência do motor 2.0 16V chegava a 160 cv graças a tecnologias como o uso de uma bobina por cilindro no sistema de ignição. Essa solução nasceu nas competições dominadas pela Peugeot, que acumulava vitórias em diferentes campeonatos.

A estreia no Brasil coincidiu com títulos importantes para a marca. Em junho de 1992, a Peugeot conquistou as 24 Horas de Le Mans com os pilotos Derek Warwick, Yannick Dalmas e Mark Blundell, que se alternam ao volante do protótipo 905. Além disso, veículos da marca venceram o rali Paris-Dakar entre 1987 e 1990. 

Um dos carros campeões do rali esteve em exibição no primeiro contato da Peugeot com o grande público no Brasil: a 17ª edição do Salão do Automóvel de São Paulo, em 1992. O modelo escolhido foi o que garantiu as vitórias de Ari Vatanen em 1989 e 1990 na prova mais difícil do mundo. Era um Peugeot 405 T16 Grand Raid, turbinado com potência de 400 cv. Esses desempenhos ajudaram na popularização da Peugeot no Brasil

O conversível Peugeot 205 CTI também se destacou no salão ao ser exibido em uma versão com motor elétrico. Esse protótipo mostrava que a marca via a eletrificação como parte essencial do futuro da mobilidade.

Um ano após a mostra de 1992, a Peugeot já tinha 25 lojas no Brasil e oferecia produtos em todos os segmentos. A marca cresceu e segue forte no Brasil desde então. Em 2022, com sete carros no portfólio, a montadora já vendeu 34.557 veículos — desempenho melhor que 2021, quando comercializou 29.556 carros.

Peugeot 208 pode ser comprado com condições especiais durante a Peugeot Week
Peugeot 208 é o carro-chefe da marca atualmente (Foto: Divulgação)

O destaque da Peugeot atualmente é o 208, que chegou ao Brasil em 2013 e está na segunda geração – produzida na Argentina e lançada por aqui em 2020. O modelo é considerado “parente” do 205, o primeiro carro da montadora por aqui, além de ser o sucessor do histórico Peugeot 206 e do Peugeot 207.

Arthur Quaresma
Arthur QuaresmaFormando em Jornalismo pela UFRRJ, atuo como redator desde 2019. Apaixonado por contar histórias e entender histórias, desde meu começo até agora, venho trabalhando com algumas paixões do brasileiro — desde esportes até o mundo automobilístico.
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