Pedágio Free Flow: por que a tecnologia ainda não é bem vista por muitos brasileiros? Especialista explica

Pedágio Free Flow: entenda quais são os desafios que o novo sistema de pagamento tem enfrentado no Brasil

O Pedágio Free Flow, aquele sistema de cobrança sem as tradicionais praças físicas, ainda tem gerado muito debate no setor automotivo. Entre os principais questionamentos, destacam-se os desafios de compreensão e aceitação no país, especialmente das frotas pesadas.

Logo abaixo, o Garagem360 traz a opinião de um especialista no assunto que explica melhor os motivos pelos quais a tecnologia ainda não é bem avaliada pelos brasileiros. Acompanhe!

O que explica a falta de adesão ao pedágio Free Flow?

Kassio Seefeld, CEO da TruckPag, destaca que a falta de familiaridade do público com esse recurso é um fator crucial. 

“O conceito de um pedágio sem cancela ainda é pouco compreendido pelos motoristas brasileiros, que podem ter dúvidas sobre como o sistema funciona, se serão cobrados corretamente e como proceder em caso de problemas. Nas frotas pesadas, essa falta de conhecimento gera resistência, uma vez que os condutores e transportadoras têm receio de confiar em uma tecnologia nova e não testada amplamente no país”, explica o executivo. 

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Concessionárias também enfrentam dificuldades com o Pedágio Free Flow

A falta de adesão ao pedágio Free Flow também esbarra nas concessionárias das rodovias. Isso porque elas enfrentam desafios financeiros e técnicos para implementar a nova tecnologia.

Esse problema é ainda mais visível em rodovias onde o tráfego de carros é menor ou em regiões nas quais a arrecadação de pedágios não justificam a implementação. 

A propósito, grande parte dos investimentos é destinado para mitigação. Já 4% é aplicado a adaptação, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Direito Regulatório.

“A implementação do free flow requer um investimento inicial em infraestrutura. Isso inclui a instalação de sistemas de leitura de placas, câmeras, sensores e tecnologias de comunicação avançadas para garantir que todos os veículos sejam identificados corretamente ao passarem pelos pontos de cobrança”, explica Seefeld.

Inadimplência é outra preocupação no free flow

No formato tradicional, o pagamento é feito de forma imediata nas cancelas. Já no free flow, a cobrança é feita posteriormente. Em grande parte dos casos, por meio de boleto ou outras formas de pagamento eletrônico. 

Apesar da praticidade do pagamento sem cancela, o Garagem360 destaca que ele aumenta o risco de inadimplência. Quem tem sentido isso no dia a dia é a CCR RioSP, a primeira rodovia a implementar o sistema no Brasil.

Por lá, dados divulgados pelo Valor Econômico no último mês, destacaram que a inadimplência foi de 8,8%, em março. 

“À medida que mais testes forem realizados e o sistema for se adaptando à realidade brasileira, é possível que essa tecnologia ganhe mais espaço para as frotas pesadas e, eventualmente, também se torne uma parte integral do sistema rodoviário do país. Contudo, no Brasil, especialmente os processos legislativos tendem a ser burocráticos e demorados, o que retarda a adoção de novas tecnologias” completa o CEO da TruckPag.

E para você, qual é a sua avaliação sobre o Pedágio Free Flow? Comente!

Leia também: Nova lei prevê isentar motociclistas de pagar pedágio em estradas federais e estaduais

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Matheus Azevedo
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Matheus Azevedo

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