Vai PARAR TUDO? Situação das principais fábricas de carros do País é PREOCUPANTE

As paralisações nas fábricas de carros do Brasil tem chamado atenção do público, montadoras, analistas e mercado. Afinal, é sintoma de um mercado frio e muita dificuldade em vender os estoques cheios – situação que pode ficar ainda mais delicada no resto de 2023.

Os pátios das montadoras ficam cheios com a dificuldade em vender os carros
Os pátios das montadoras ficam cheios com a dificuldade em vender os carros (Imagem: Freepik)

Junho enfrenta paralisações nas fábricas de carros do Brasil

Observamos neste mês de junho a Volkswagen adotando diversas paralisações em suas fábricas no Brasil. As unidades afetadas foram as de Taubaté e São Bernardo dos Campos, ambas em São Paulo, e a de São José dos Pinhais – PR. Nelas, a VW dispensou os funcionários em diferentes regimes.

Alguns entraram em férias antecipadas, já outros foram liberados por tempo previsto ou até mesmo indeterminado.

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Por exemplo, os trabalhadores na fábrica em São José dos Pinhais, parados desde 5 de Junho, vivem ainda incerteza de retorno, que pode acontecer dentro de 2 a 5 meses.

Paralisações recentes são fruto de incerteza do mercado

Estas paralisações mais recentes vem como resposta aos estoques lotados de veículos da montadora e a dificuldade em vendê-los.

Para se ter uma ideia, em dezembro de 2022  vendeu-se quase 217 mil unidades. Em janeiro este número caiu para 142,8 mil e 129,9 mil em fevereiro. O cenário melhorou levemente em março, com quase 199 mil carros novos ganhando as ruas.

No entanto, mais quedas em abril (160,7 mil) e maio (166,3 mil) deixaram os ânimos baixos novamente.

Assim, fica mais claro a motivação central para estas paralisações, que não são exclusivas de Junho ou mesmo da VW.

Pelo contrário, durante todo o ano de 2023 as fábricas têm sido afetadas por dificuldade em vendas e, consequentemente, uma produção maior do que se consegue colocar nas ruas.

Primeiro semestre de 2023 foi repleto de pausas na produção de veículos em fábricas nacionais

Desde o início deste ano diversas fábricas tiveram produções interrompidas por tempos determinados. Não apenas a VW, mas também a Hyundai, General Motors, Stellantis, Mercedes-Benz e Scania adotaram tal medida para conter a superlotação de seus estoques e vendas mais baixas.

Em março, por exemplo, a Hyundai deu férias coletivas de três semanas para funcionários de sua unidade em Piracicaba – SP. Já a Stellantis desposou por 20 dias todo o segundo turno da fábrica em Goiânia – GO, responsável pelos carros da Jeep.

Em todos os casos a principal motivação foi a mesma da recente pausa da VW. A baixa demanda afeta diretamente as fábricas, que precisam parar de produzir para evitar quedas nos preços e perda nos lucros.

Apesar da medida do carro popular, aprovada pelo governo federal, ter fomentado a compra e trazido resultados significativos, não foi suficiente para esvaziar os pátios.

Além disso, agora que estes recursos de incentivo estão se esgotando, resta ver os efeitos que virão no segundo semestre. É possível que um cenário ainda mais delicado, e com mais paralisações, seja observado caso as vendas voltem a cair.

Adson Leonardo
Adson LeonardoOlá, sou Adson Leonardo, graduando em Letras - PT pela UNIMONTES, escritor, poeta, e trabalho com redação para WEB desde 2018. Nestes anos já escrevi sobre os mais diversos temas, com um carinho especial no campo das ciências, escrita criativa e jogos. No mundo dos carros e automobilismo me interesso especialmente pelas inovações e tecnologias que permeiam este setor sempre em movimento.
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