Opinião: Vitória de Vettel foi ofuscada por fraco GP da Austrália

Desde que as novas regras da Formula 1 foram anunciadas em 2016 havia uma grande expectativa de como seriam os novos carros, e se eles realmente seriam mais rápidos. Essa parte, felizmente, foi confirmada. De fato os bólidos estão mais velozes, fazendo curvas como se fossem retas e com visual mais harmonioso. Porém, o efeito colateral foi a impossibilidade de ultrapassagem, que transformou o GP da Austrália na fila indiana mais veloz da história, às 2 da madrugada do último domingo (26).

A história da corrida pode ser definida em antes e depois da janela de pit stop. Sim, no singular, porque os ponteiros só pararam uma única vez, já que os novos compostos da Pirelli são mais resistentes do que os da temporada passada e duraram um absurdo. Pole position, Lewis Hamilton sustentou sua Mercedes na ponta até sua parada, na volta 17, sendo o primeiro entre os líderes. Sebastian Vettel ficou com sua Ferrari na pista até a 24 e acabou retornando na frente do inglês, não perdendo mais a primeira posição. O finlandês Valtteri Bottas, agora companheiro de Hamilton, fechou o pódio.

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Único brasileiro na categoria, Felipe Massa conseguiu um sexto lugar com sua Williams, enquanto que seu companheiro e estreante na F1, o canadense Lance Stroll, abandonou a prova. Além da falta de ultrapassagens, outro ponto a se lamentar foi o baixo desempenho da McLaren. Uma das equipes mais tradicionais do grid teve apenas um carro terminando o GP, com o belga Stoffel Vandoorne sendo o 13o e último entre os que finalizaram a corrida. Já o espanhol Fernando Alonso foi mais um que não completou a corrida.

A sonolenta prova ofuscou completamente a grande corrida de Vettel e sua Ferrari, que voltaram a vencer após quase dois anos. Foi difícil para os brasileiros se manterem acordados com uma corida parada e com poucas ultrapassagens. O ponto de esperança é que a pista australiana é mais conhecida por seus acidentes do que pelas trocas de posições, que sempre foram escassas.

O triunfo do alemão mostra que talvez, após muitos anos, teremos ao menos duas equipes disputando o título. Daqui duas semanas, no GP da China, a expectativa é que as grandes retas do circuito movimentem mais o grid, com mais mudanças na corrida. Se não, o tempo de classificação no sábado e as estratégias nos boxes serão fundamentais para uma boa posição nas corridas de 2017.

 

Leo Alves
Leo AlvesJornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.
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