Opinião: Verstappen vence o maluco GP da Alemanha com Vettel e Kvyat no pódio

O chove-para-chove do GP da Alemanha fez algumas vítimas ao longo das 64 voltas da corrida deste domingo. Se a expectativa da Mercedes era brilhar em casa, na prova que foi patrocinada pela marca e que, além disso, tinha os dois bólidos com pintura comemorativa, a realidade foi bem mais cruel com a equipe tedesca, que viu Max Verstappen, Sebastian Vettel e Daniil Kvyat subirem em um improvável pódio. Para piorar, Valtteri Bottas abandonou e Lewis Hamilton só pontou porque os carros da Alfa Romeo foram punidos.

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Chuva no GP da Alemanha

Pela primeira vez no ano uma corrida foi disputada debaixo de chuva. A impressão inicial era que teríamos uma largada comandada pelo Safety Car. Entretanto, após três voltas de apresentação, os 20 carros alinharam nos colchetes e a saída para a prova foi do jeito tradicional, com o número de voltas caindo de 67 para 64, conforme prevê o regulamento.

Quando as cinco luzes vermelhas se apagaram, as duas Mercedes largaram melhor, com Hamilton mantendo a primeira posição e Bottas, que saiu em quarto, saltando para o segundo lugar. Verstappen largou mal com sua Red Bull mais uma vez e caiu de segundo para quarto. Kimi Räikkönen, surpreendendo a todos, colocou sua Alfa Romeo em terceiro durante esse início.

A recuperação de Verstappen começou na volta dois, quando superou Räikkönen e assumiu o segundo lugar. Mais atrás, Vettel também tentava escalar o pelotão, já que saiu da última posição com sua Ferrari, e era o 14º nessa altura. Charles Leclerc, seu companheiro, era o 6º colocado depois de largar em décimo, comprovando o bom desempenho dos carros vermelhos.

Enquanto tudo isso acontecia, Sergio Perez perdia o controle de sua Racing Point e acertava o muro, forçando a primeira entrada do carro de segurança. Vettel, Hamilton e Bottas aproveitaram para trocar os pneus de chuva forte pelos intermediários, mas na volta seguinte praticamente todo o grid aproveitou para fazer as paradas.

Embaralhado

Como a chuva parava e voltava, as equipes batiam cabeça e não conseguiam definir se era melhor colocar pneus de pista seca ou os intermediários. Hamilton, então líder, colocou os compostos médios na volta 28, mas estampou o muro no giro seguinte e voltou para os boxes com o bico quebrado e cortando a entrada do pit line. Ao parar, os mecânicos não estavam prontos e o que se viu foi uma cena patética, protagonizada pela equipe dominante, que tentava encontrar os pneus intermediários para colocar no bólido. Além de demorar quase 1 minuto, a parada rendeu uma punição de cinco segundo para Lewis, por conta da entrada irregular.

Toda essa trapalhada fez com que Verstappen assumisse a ponta, que nessa altura era seguido pela Renault de Nico Hulkenberg e pela Mercedes de Bottas. Albon, com sua Toro Rosso, era o quarto, enquanto Hamilton tinha caído para quinto. A dupla da Mercedes acabou superando Hulkenberg na volta 37. Para completar, ele bateu no mesmo ponto que Charles Leclerc e, assim como o monegasco, também terminou a corrida mais cedo, no 40º giro, acionando o Safety Car.

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Na volta 47 todo o grid entrou para colocar pneus macios. Como Lance Stroll, da Racing Point, e Daniil Kvyat, da Toro Rosso, já tinham parado, os dois foram para primeiro e terceiro, respectivamente. Stroll logo foi superado por Verstappen, que disparou na liderança. Mais atrás, Hamilton rodou sozinho, mas conseguiu se manter na pista, mas em um distante 13º lugar. Entretanto, Bottas não teve a mesma sorte e acabou batendo na volta 56, abandonando a corrida.

Após uma nova intervenção do Safety Car, a relargada foi dada na volta 60. E Vettel, que tinha largado no último lugar do grid, ultrapassou Stroll e Kvyat, alcançando a segunda posição, se redimindo de uma classificação problemática.

Maluquices e redenções

Foi, sem dúvida, um resultado imprevisível. Verstappen se recuperou de uma péssima largada e uma rodada para vencer. Vettel escalou todo o pelotão e poderia até mesmo brigar pela vitória, caso tivesse mais algumas voltas. E Kvyat, que já foi demitido e recontratado diversas vezes, mostrou que tem lenha para queimar e pode ser veloz. No fim, o caos proporcionou uma grande corrida, que certamente entrará para a história da categoria, sendo a terceira boa prova consecutiva.

Criticada nos tempos de McLaren, Honda vê seus motores vencerem segunda prova em 2019, além de colocar dois pilotos de equipes diferentes no pódio alemão |Foto: Divulgação

Apesar de todo o azar, Hamilton segue isolado na liderança e com o hexacampeonato bem encaminhado. A Mercedes também continua disparada entre os construtores, e deve garantir mais uma taça neste ano. Basta torcer para que outras chuvas não atrapalhem o caminho dos bólidos prateados.

Abaixo, confira como ficou o resultado final do GP da Alemanha. Com a punição dos dois carros da Alfa, a Williams marcou seu primeiro ponto no ano, com Kubica em 10º —  outro milagre da prova germânica.

POS NO DRIVER CAR LAPS TIME/RETIRED PTS
1 33 Max Verstappen RED BULL RACING HONDA 64 1:44:31.275 26
2 5 Sebastian Vettel FERRARI 64 +7.333s 18
3 26 Daniil Kvyat SCUDERIA TORO ROSSO HONDA 64 +8.305s 15
4 18 Lance Stroll RACING POINT BWT MERCEDES 64 +8.966s 12
5 55 Carlos Sainz MCLAREN RENAULT 64 +9.583s 10
6 23 Alexander Albon SCUDERIA TORO ROSSO HONDA 64 +10.052s 8
7 8 Romain Grosjean HAAS FERRARI 64 +16.838s 6
8 20 Kevin Magnussen HAAS FERRARI 64 +18.765s 4
9 44 Lewis Hamilton MERCEDES 64 +19.667s 2
10 88 Robert Kubica WILLIAMS MERCEDES 64 +24.987s 1
11 63 George Russell WILLIAMS MERCEDES 64 +26.404s 0
12 7 Kimi Räikkönen ALFA ROMEO RACING FERRARI 64 +42.214s 0
13 99 Antonio Giovinazzi ALFA ROMEO RACING FERRARI 64 +43.849s 0
14 10 Pierre Gasly RED BULL RACING HONDA 61 DNF 0
NC 77 Valtteri Bottas MERCEDES 56 DNF 0
NC 27 Nico Hulkenberg RENAULT 39 DNF 0
NC 16 Charles Leclerc FERRARI 27 DNF 0
NC 4 Lando Norris MCLAREN RENAULT 25 DNF 0
NC 3 Daniel Ricciardo RENAULT 13 DNF 0
NC 11 Sergio Perez RACING POINT BWT MERCEDES 1 DNF 0

OBS: Verstappen marcou o ponto extra de melhor volta da corrida. Raikkonen e Giovinazzi foram punidos em 30 segundos após o final da prova por conta de um problema na embreagem de seus veículos.

Leo Alves
Leo AlvesJornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.
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