Opinião: Lewis Hamilton soberano e clima azedo na Force India foram os destaques do GP da Bélgica

Para a alegria dos fãs, a Formula 1 está de volta após as férias de verão (no hemisfério norte). E Lewis Hamilton mostrou que está em grande forma. O inglês dominou completamente o final de semana na Bélgica, chegou ao quinto triunfo em 2017 e reduziu a diferença no campeonato de pilotos para sete pontos. Líder da tabela, Sebastian Vettel foi o segundo colocado e Daniel Riccardo levou sua Red Bull ao terceiro posto.

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Antes do relato da prova, é necessário falar sobre o sábado de Hamilton. Primeiro no grid, ele igualou o recorde de 68 poles de Michael Schumacher, podendo superá-lo já no próximo final de semana. Emocionado na entrevista pós-qualificação, Lewis recebeu de seu ex-chefe Ross Brawn – agora um dos mandachuvas da categoria – uma mensagem enviada por Corina Schumacher, esposa do heptacampeão. Bonita homenagem, que ilustra bem a bela carreira do britânico na F1.

Mick Schumacher emocionou o mundo ao andar com o carro de seu pai |Foto: Steven Tee/LAT Images/Fotos Públicas

Também antes da prova, outro momento comovente. Mick Schumacher, filho do alemão, acelerou a Benetton 1994 que deu a seu pai o primeiro título. Foi justamente na pista belga que Michael estreou na F1, em 1991, conquistando sua primeira vitória justamente um ano depois, no mesmo lugar. Em Spa-Francorchamps, em 2004, o germânico garantiu seu sétimo e último título. Ou seja, não havia melhor lugar para esta homenagem.

Prova morna

Apesar do traçado veloz e de ser um dos templos do automobilismo mundial, a corrida em si foi bem abaixo das expectativas. Durante as primeiras 30 voltas, Hamilton dominou sem ser ameaçado. Como as coisas estavam paradas e caminhando para um final sem grandes emoções, o mexicano Sergio Pérez resolveu jogar uma pimenta na pista. Na descida para a Eau Rouge, ele jogou sua Force India contra o carro de seu companheiro de equipe, o francês Esteban Ocon.

O choque foi inevitável, e os dois carros cor-de-rosa saíram danificados da batida. Perez furou o pneu traseiro, enquanto que Ocon perdeu uma parte de sua asa dianteira. Por sorte, foi apenas isso, mas poderia ter sido um acidente muito mais grave e até mesmo fatal, por conta da velocidade.

Com diversas partes de carro na pista, o jeito foi acionar o safety car. Enquanto isso, os líderes aproveitaram para trocar os pneus novamente. Hamilton voltou com os compostos macios, enquanto Vettel tentou surpreender com os ultramacios, mais velozes. Na relargada, o ferrarista chegou a ameaçar a liderança, mas Hamilton mostrou que vive uma grande fase e conseguiu se manter na ponta até o final.

Quem também merece destaque foi Riccardo, que largou em sexto e conquistou um pódio improvável, principalmente por não ter o melhor motor do grid. Novamente fez uma excelente corrida, mostrando que tem potencial para alçar voos mais altos na categoria, caso tenha um melhor equipamento em mãos.

Campeonato quente

Sem dúvida alguma, este é o maior campeonato desde 2012, onde Vettel e Alonso disputaram o tricampeonato até o final. Agora, o alemão está mais uma vez na briga, desta vez pela quinta taça, mas Hamilton quer seu quarto título de qualquer maneira. Ambos estão guiando em um nível muito acima dos demais, e são de fato os dois únicos candidatos.

A próxima corrida é em outro templo. Monza, na Itália, é a casa da Ferrari no calendário, mas suas características devem favorecer mais os carros da Mercedes. O próximo domingo terá mais um capítulo desta grande disputa, onde somente um piloto poderá ser o campeão. Façam suas apostas.

|Foto: Reprodução/F1.com

Leo Alves
Leo AlvesJornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.
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