Opinião: Caso “airbags mortais” ressalta a importância de comparecer ao recall

Conforme noticiado pelo Garagem360 há pouco, a Honda confirmou o primeiro acidente fatal por conta dos airbags mortais da Takata no Brasil.

Conforme noticiado pelo Garagem360, a Honda confirmou o primeiro acidente fatal por conta dos airbags mortais da Takata no Brasil. A tragédia aconteceu no Rio de Janeiro (RJ) e matou o condutor de um Honda Civic 2008. De acordo com a marca japonesa, o veículo havia sido chamado para recall em 2015 e não foi levado a uma concessionária.

Quer ganhar um e-book exclusivo com dicas para cuidar melhor de seu veículo? Assine nossa newsletter neste link

Com o acidente, aconteceu o pior cenário possível. Por mais que o veículo não tivesse sido levado para o reparo, o ideal seria que essa necessidade sequer existisse e que o carro fosse seguro para os ocupantes. Por isso, a equipe do Garagem360 lamenta o ocorrido e se solidariza com a família da vitima.

Importância do recall

A fatalidade faz com que algumas questões sejam debatidas. No caso dos airbags da Takata, a fabricante das bolsas infláveis foi culpada pela produção de equipamentos defeituosos e que geraram o maior recall da história.

Desde 2013, quando a falha foi admitida pela empresa, milhões de veículos foram convocados em todo o mundo. Por conta da quantidade de modelo envolvidos, é difícil estimar quantas pessoas já se feriram no planeta.

Estima-se que mais de 200 pessoas sofreram ferimentos por conta dos airbags apenas nos Estados Unidos. Em todo o mundo, são ao menos 22 casos de acidentes fatais.

Novamente, o ideal seria que essa falha tivesse sido descoberta antes de os airbags equiparem milhões de carros em todo o mundo. Após o caso tornar-se público, diversas campanhas foram feitas.

No Brasil, não foi diferente. Mais de três milhões de carros foram convocados – e estimativas apontam que apenas 40% dos veículos compareceram para a troca das bolsas infláveis. Ainda há diversos carros rodando com os airbags defeituosos.

É importante comparecer ao recall assim que ele é anunciado.

A lei obriga às montadoras divulgar comunicados em veículos de comunicação – inclusive em rádios e emissoras de televisão – para que o público de fato saiba sobre o defeito. Em alguns casos, as marcas até enviam cartas e e-mails aos proprietários. Os reparos sempre são gratuitos e podem ser realizados em qualquer concessionária.

Há diversos donos de carros que ignoram os chamamentos.

Para tentar inibir que isso continue acontecendo, o Denatran determinou no fim de 2019 que a falta ao recall seja informada no documento do veículo. Caso o proprietário não leve o veículo para reparo em até um ano, a ausência fica registrada no Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV).

Conscientização

A própria Honda lançou uma campanha de conscientização em 2019.

Um vídeo da marca é narrado por Tiago Ferreira, uma das vitimas dos airbags da Takata no Brasil. Ele sofreu ferimentos no corpo por conta dos fragmentos metálicos das bolsas infláveis. Confira o vídeo abaixo.

Por mais que se questione a razão de existirem tantos recalls – e se era possível que a falha fosse detectada antes da venda dos veículos — é de vital importância que eles sejam cumpridos.

É possível consultar nos sites e SACs das montadoras se seu veículo está convocado, ou até mesmo utilizar o Sistema de Notificação Eletrônica (SNE) para realizar esta busca.

O Garagem360, sempre que um novo recall é informado, tem o compromisso de divulgá-lo. Clique aqui para ver todos os casos recentes.

Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Entrar no canal do Whatsapp Entrar no canal do Whatsapp
Leo Alves
Escrito por

Leo Alves

Jornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.

ASSISTA AGORA