Novo CEO da Stellantis (dona da Fiat e Jeep) promete tomar “decisões difíceis” após prejuízo de R$ 14 bilhões
Antonio Filosa, novo CEO da Stellantis, enfrenta um prejuízo bilionário e promete "decisões difíceis" para reverter o cenário. Entenda os desafios e o que esperar da empresa.
A Stellantis, gigante automotiva que detém marcas como Fiat, Jeep, Peugeot e Vauxhall, enfrenta um cenário desafiador. Antonio Filosa, que assumiu o cargo de CEO em junho de 2025, após a saída de Carlos Tavares, prometeu “consertar o que está errado” e tomar “decisões difíceis” depois que a empresa registrou um prejuízo de € 2,3 bilhões (R$ 12,8 bilhões) nos lucros pós-impostos no primeiro semestre de 2025.
Stellantis amarga prejuízo de R$ 14 bilhões
Os resultados, divulgados na terça-feira, contrastam drasticamente com o ano anterior, quando a empresa havia reportado lucros de € 5,6 bilhões. As receitas caíram de € 85 bilhões para € 74 bilhões, e a margem operacional despencou de 10% para 0,7%.
A Stellantis atribuiu o desempenho negativo a uma combinação de fatores, incluindo:
- Incerteza tarifária: Especialmente o impacto das tarifas americanas, que levaram a uma queda nas exportações de veículos para os EUA.
- Oscilações cambiais: A volatilidade das moedas afetou os resultados financeiros da empresa.
- Declínio nas vendas de veículos comerciais leves na Europa: Este segmento, em particular, contribuiu para o fechamento da fábrica de vans em Luton, no Reino Unido.
- Aceitação mais lenta do que o esperado de novos veículos do segmento B na Europa: O lançamento de novos modelos nesse segmento não impulsionou as vendas como o previsto.
As quedas foram mais acentuadas na América do Norte e na Europa, os dois maiores mercados da empresa. As remessas caíram em 191.000 unidades na América do Norte (totalizando 647.000) e em 98.000 na Europa (totalizando 1,4 milhão), resultando em perdas de € 10,1 bilhões e € 728 milhões em receita após impostos, respectivamente.
América do Sul como Ponto de Luz
Apesar do cenário sombrio, a Stellantis destacou um crescimento significativo na América do Sul, que ajudou a compensar perdas em outras regiões. Na região, a empresa registrou um aumento de 77.000 unidades nas vendas (totalizando 471.000) e € 402 milhões em receita após impostos.
Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo sucesso de modelos como Fiat Strada, Fastback e Argo no Brasil e Argentina.
A única marca da Stellantis cujos resultados foram detalhados individualmente foi a Maserati, que registrou uma queda de 2.300 unidades entregues, totalizando 4.200.
O Desafio de Antonio Filosa
Antonio Filosa reconheceu que 2025 está “se revelando um ano difícil” e prometeu que sua “nova equipe de liderança” tomará “as decisões difíceis necessárias” para restabelecer o lucro e “melhorar significativamente os resultados”.
Embora a natureza exata dessas decisões não tenha sido divulgada, o novo CEO expressou otimismo, afirmando: “Minhas primeiras semanas como CEO reconfirmaram minha forte convicção de que consertaremos o que está errado na Stellantis capitalizando tudo o que está certo na Stellantis — começando pela força, energia e ideias de nosso pessoal, combinados com os excelentes novos produtos que estamos trazendo ao mercado.”
A empresa também prevê meses mais difíceis devido ao impacto persistente das tarifas americanas, estimando € 1,2 bilhão em perdas adicionais ao longo do restante de 2025, apesar dos acordos que estão sendo firmados entre o presidente americano Donald Trump e mercados-chave.
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.