Inspiração do Tera: primeiro VW Gol da história tem base de Polo e motor de Fusca
Conheça a incrível história do primeiro VW Gol produzido pela montadora; confira todos os detalhes sobre esse veículo
Maio de 1980. As primeiras unidades de um hatch compacto, aparentemente modesto, começavam a sair da linha de produção da Volkswagen em Taubaté (SP). Mal sabiam os operários da época que aquele modelo, batizado de Gol, se tornaria o carro mais vendido do Brasil e referência absoluta na indústria automotiva nacional por décadas. Hoje, 45 anos depois, é o Tera — SUV com ambições globais — que assume a difícil missão de herdar esse legado.
Conheça a história do Gol
Mas para entender o que está em jogo, é preciso voltar ao início. Em meados dos anos 70, o Fusca já dava sinais de cansaço diante da chegada de concorrentes mais modernos, como o Fiat 147 e o Chevrolet Chevette. A Volkswagen sabia que precisava de algo novo, mais alinhado com as exigências do consumidor brasileiro.
A partir daí, Rudolf Leiding, presidente global da montadora, concedeu autorização para o mercado brasileiro desenvolver um veículo do zero. Então, este foi o ponto de partida para que o Gol fizesse história em nosso país.
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Base de Polo, alma de Fusca
O primeiro exemplar do Gol foi fabricado com base no Polo europeu. Compacto e com carroceria de linhas retas, trazia um motor dianteiro refrigerado a ar — herança direta do Fusca. Era o famoso propulsor 1.300 a gasolina, com 47 cv de potência e 9,8 kgfm de torque.
A tração era dianteira, uma novidade na linha da Volks brasileira. O câmbio, manual de quatro marchas, tinha engates curtos e bem definidos.Apesar da proposta simples, o carro já surpreendia em alguns detalhes.
Um bom exemplo era a versão “L”, de entrada, que trazia frisos cromados nas laterais e rádio AM/FM de fábrica — um luxo para os padrões da época.
O volante, grande e com o clássico lobo de Wolfsburg no centro, trazia certo charme, embora atrapalhasse a entrada de motoristas mais altos. A ergonomia, por sua vez, não era o forte do modelo, mas ainda assim o carro tinha uma condução agradável, especialmente em baixas rotações.
Mais do que transporte, um símbolo
Hoje, quem vê o Gol exposto na Garagem Volkswagen pode se surpreender com o bom estado dos bancos — restaurados, é verdade, mas ainda com o formato original, que “abraça” as costas de quem senta.
A suspensão curta e firme entregava robustez, essencial para as ruas irregulares do Brasil nos anos 80. Mesmo com desempenho limitado, o carro conquistou o público por ser funcional, barato e de manutenção simples.
Pouco tempo depois, vieram as versões a álcool, com motores mais potentes. A evolução foi constante, e em 1987, já reestilizado, o Gol assumiu o topo das vendas — posição que manteria por impressionantes 27 anos seguidos.
Gol: o carro que virou história
Mais do que números, o Gol marcou gerações. Foi o primeiro carro de muitos brasileiros, o veículo de trabalho de outros tantos, e o companheiro de famílias em incontáveis viagens.
A sua presença no imaginário popular é tamanha que, mesmo após o fim da produção, continua sendo lembrado com carinho.
E agora, quase cinco décadas depois, a Volkswagen deposita no Tera, um SUV moderno e arrojado, a missão de carregar esse fardo histórico. O tempo dirá se o novo modelo conseguirá repetir o feito do Gol. Mas uma coisa é certa: o primeiro Gol não foi apenas um carro. Foi o início de uma era.
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