Vai dar ruim? Imposto para carros elétricos sobe antes do previsto; kits desmontados escapam da cobrança
Governo antecipa imposto de 35% para carros elétricos importados, mas isenta veículos desmontados por 6 meses. Entenda o impacto
O imposto para carros elétricos voltou ao centro das atenções com uma decisão do governo federal que pegou muita gente de surpresa.
A taxa de importação de 35%, que só seria cobrada a partir de julho de 2028, foi antecipada para janeiro de 2027. A mudança impacta diretamente os veículos elétricos e híbridos montados fora do Brasil.
Essa alteração na política tarifária atende, em partes, a um pedido da Anfavea, mas vem causando tensão no setor automotivo. Algumas montadoras comemoraram. Outras, como Volkswagen e GM, criticaram abertamente a medida.
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O que muda com o novo imposto para carros elétricos?
A partir de janeiro de 2027, o imposto de 35% sobre a importação de carros elétricos e híbridos passa a valer integralmente para todos os modelos montados fora do país. Antes, esse aumento gradual iria até 2028.
Mas há uma exceção importante: veículos importados em forma de kits desmontados (CKD ou SKD) terão alíquota zero por seis meses, até que se esgote a cota de US$ 463 milhões liberada pelo governo.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, a mudança visa acelerar investimentos em tecnologia e fortalecer a indústria nacional. O objetivo é atrair mais fábricas, gerar empregos e aumentar a produção local de veículos eletrificados.
Quem se beneficia com essa mudança?
A decisão favorece especialmente montadoras como a BYD, que já investe pesado na instalação de sua fábrica em Camaçari (BA). A marca chinesa poderá importar componentes sem o imposto de 35% e fazer a montagem em solo nacional.
Outras montadoras, no entanto, criticaram o tratamento dado à concorrente asiática. Em carta enviada ao presidente Lula, Volkswagen, Stellantis, General Motors e Toyota pediram o fim das isenções para os kits chineses.
Em resposta, a BYD disparou:
“As montadoras obsoletas querem abortar a inovação”, afirmou a marca, em comunicado oficial intitulado “Por que a BYD incomoda tanto?”.
Por que o imposto foi antecipado?
A princípio, o governo defende que a antecipação é estratégica para o país. O argumento principal é que a política tarifária precisa acompanhar os investimentos que estão chegando ao Brasil.
Além disso, a medida pode evitar a entrada desenfreada de veículos 100% importados, favorecendo fábricas que estão se instalando por aqui.
Essa postura busca também equilibrar o mercado e evitar a dependência de veículos montados fora do país, estimulando a cadeia produtiva nacional.
Quem será mais impactado com o novo imposto?
- Montadoras que ainda não produzem no Brasil: terão custo elevado para importar veículos completos
- Consumidores: podem sentir os preços mais altos a partir de 2027
- Fabricantes nacionais: ganham vantagem competitiva no mercado interno
- Empresas de logística e montagem: terão mais oportunidades com os kits desmontados
Vai ficar mais caro ter um carro elétrico no Brasil?
Sim, e essa é uma das maiores preocupações. A tendência é que os modelos 100% importados fiquem mais caros já nos próximos anos. Mesmo com a transição acontecendo aos poucos, o impacto no preço final pode ser considerável.
Especialistas apontam que a produção nacional é o melhor caminho para manter os custos sob controle. E é justamente esse o plano do governo: forçar as montadoras a investirem no Brasil se quiserem manter preços competitivos.
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Formada em Administração de Empresas, Jornalismo e mestranda em Comunicação. Apaixonada por setor automobilístico, true crime e livros. Fez da escrita e produção de conteúdo sua paixão e profissão.