Honda anuncia paralisação de fábricas por falta de semicondutores

Honda suspende produção na China e Japão entre dezembro e janeiro devido à falta de semicondutores. Veja os impactos na produção global e a previsão de preços para 2026.

Honda Motor confirmou que suspenderá temporariamente a fabricação de veículos em suas unidades da joint venture GAC Honda, na China, a partir do final de dezembro de 2025. A decisão, que interrompe as atividades entre 29 de dezembro e 2 de janeiro, evidencia que os gargalos na cadeia de suprimentos de semicondutores continuam a desafiar o setor, frustrando as previsões anteriores de normalização para este período.

Honda anuncia paralisação de fábricas por falta de semicondutores

Embora a montadora tenha sinalizado melhora no fornecimento de chips nos meses anteriores, a nova paralisação confirma que a disponibilidade de componentes eletrônicos ainda é insuficiente para sustentar uma produção contínua.

O impacto não se restringe apenas à China. A Honda também programou interrupções pontuais em suas fábricas no Japão, previstas para os dias 5 e 6 de janeiro de 2026. Esse padrão de ajustes reforça que a crise de abastecimento é global e segue afetando o planejamento logístico da marca em seus principais polos.

Honda anuncia paralisação de fábricas por falta de semicondutores – Foto: Divulgação

A China é vital para a operação global da Honda. Para se ter uma ideia da magnitude:

Produção em 2024: A empresa fabricou cerca de 816.597 veículos na China, o que representa aproximadamente 22% de sua produção mundial.

Vendas: No mesmo período, as vendas no mercado chinês ultrapassaram 850.000 unidades, consolidando o país como o maior mercado individual e base produtiva essencial.

A reação do mercado financeiro foi imediata. Após o anúncio, as ações da Honda na Bolsa de Valores de Tóquio registraram queda de 1,5%, refletindo a preocupação dos investidores com os lucros do próximo trimestre e a persistente fragilidade da cadeia de suprimentos.

Previsão: Os carros podem ficar mais caros?

Com base no histórico de crises de abastecimento e na lei da oferta e procura, podemos prever os seguintes impactos nos preços:

  1. Redução de Estoques: Com a interrupção da produção, a oferta de modelos zero quilômetro diminui. Se a escassez de semicondutores se prolongar por todo o primeiro trimestre de 2026, os preços dos veículos novos podem sofrer reajustes de 3% a 5% devido à baixa disponibilidade nas concessionárias.

  2. Repasse de Custos Logísticos: Para manter as linhas funcionando, montadoras costumam buscar fornecedores alternativos de chips, muitas vezes a custos mais elevados. Esse “custo extra” de produção acaba sendo repassado ao consumidor final.

  3. Valorização de Seminovos: Caso a fila de espera por um Honda novo aumente, o mercado de usados e seminovos da marca tende a se valorizar, seguindo a tendência vista em crises anteriores de 2021 e 2022.

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Você acredita que a indústria automotiva algum dia se verá livre da dependência total dos semicondutores ou teremos que nos acostumar com essas paradas? Deixe seu comentário abaixo e compartilhe sua opinião!

 

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Robson Quirino
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Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.