Proibido por lei, uso gás de cozinha em automóveis era popular há 20 anos

O uso gás de cozinha em automóveis já foi popular no Brasil. Em 1998, a Folha de S.Paulo dizia que 25 mil veículos da região de Irecê (BA) utilizavam esse gás como combustível. O texto explica que muitos moradores faziam adaptações caseiras em seus automóveis na tentativa de economizarem dinheiro. Isso porque um botijão custava R$ 9 (R$ 41,57 corrigido pelo IGP-M) e era capaz de rodar até 170 km. Esse valor, na época, não colocava nem 10 litros de gasolina ou etanol no tanque – e nem chegava perto da autonomia do combustível alternativo.

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Embora pareça vantajoso, essa adaptação é proibida pelo Código de Trânsito Brasileiro desde 1998. Porém, apenas em 2017 a resolução nº 673 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) reiterou que o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) só pode ser utilizado como combustível em empilhadeiras. O Gás Natural Veicular (GNV) é o único permitido em automóveis. Mesmo assim, a instalação só pode ser feita em oficinas autorizadas pelo Inmetro. Além disso, o veículo precisa passar por revisões periódicas para saber como está o sistema.

Riscos gás de cozinha em automóveis

Por ser proibido, a conversão de um veículo para utilizar GLP geralmente é precária. Não é difícil encontrar textos e vídeos que ensinam o processo. Todos os procedimentos são improvisados e contam as tradicionais gambiarras para fazer o motor funcionar. Com isso, o risco de acontecer um acidente é muito grande.

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Mesmo tendo sido popular até os anos 1990, ainda há pessoas que se arriscam e fazem a conversão em seus carros. Em 2012, um carro foi detido em Botuverá (SC) por estar sem placa e com um botijão de gás dentro do cofre do motor. Três anos depois, um VW Gol explodiu em um posto de Campo Grande (SC). Segundo o site Capital News, o incidente aconteceu enquanto o frentista abastecia o veículo com GNV. Porém, havia uma ligação feita com gás de cozinha, o que causou a explosão. Mesmo com o veículo destruído, ninguém se feriu.

Multa por utilizar gás de cozinha em automóveis

A resolução nº673 do Contran diz que o utilizar gás de cozinha em automóveis é uma infração grave. Com isso, caso seja flagrado, o motorista perde cinco pontos na carteira, além da multa de R$ 195,23. O veículo também é retido para regularizar a situação.

Mesmo com o preço galopante dos combustíveis, não compensa comprometer a segurança dos veículos para economizar alguns Reais. Se for o caso, é melhor procurar alguma oficina credenciada para a instalação do GNV. Tudo como manda a lei.

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Leo Alves
Leo AlvesJornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.
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