De acordo com o levantamento do Sindipeças, a frota nacional está mais velha, e a pandemia foi um dos fatores responsáveis para o feito, tendo em vista as maiores dificuldades de adquirir um zero quilômetro, entenda.
Pandemia auxiliou no envelhecimento de frota de carros no Brasil
De acordo com um levantamento do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores, o Sindipeças, a frota de carros no Brasil ficou mais velha.
Atualmente, cerca de 23,5% dos carros em circulação possuem até cinco anos de uso, dessa forma, se enquadram na categoria de seminovos. No entanto, há 10 anos, esse percentual era de 43,1%, diferença de quase 20%.
Os carros com até 15 anos de uso, agora representam a grande maioria da frota nacional, 57,1%. No entanto, a mesma categoria era representada por 38,1%, em 2012.
Além disso, as informações do estudo anual realizado pela entidade aponta que o percentual dos carros mais velhos, com mais de 16 anos de uso também aumentou. Nesse caso, o crescimento foi de 18,8% para 19,4%.
Tal envelhecimento da frota foi impulsionado pela pandemia, desde 2020, tendo em vista que desde a época ficou mais difícil comprar um zero quilômetro.
Nesse caso são dois motivos que justificam as dificuldades de aquisição. O primeiro deles é o maior aumento de preço dos carros, junto com o menor poder de compra do consumidor brasileiro
O segundo fator está relacionado à dificuldade de produção da indústria, que ainda sofre com a falta de insumos, bem como o reajuste constante de preços das matérias-primas utilizadas na fabricação dos automóveis.
Como comprovação, as montadoras seguem reajustando o preço de seus principais veículos com frequência, como aconteceu com a Jeep e a Hyundai, recentemente.
A pesquisa concluiu que a atual frota de carros que circulam em território nacional é composta por 38,2 milhões de veículos. Esses, têm idade média de dez anos e cinco meses, a mais velha em 26 anos.
“Desde 2013, a frota brasileira vem envelhecendo porque não estamos conseguindo uma renovação com carros novos que compense a obsolescência existente” comenta o diretor de Economia do Sindipeças, George Rugitsky.
Ele ainda afirma que “no caso do Brasil, essa desorganização mundial da cadeia de abastecimento vem alinhada ao que ocorre na economia local”
Envelhecimento da frota gera como consequência mais poluição
O Sindipeças também explica que o envelhecimento da frota não está relacionado apenas ao poder de compra do consumidor, mas sim às consequências que ele gera, como o maior nível de poluição.
Para método de comparação, um carro em 2012 era responsável por poluir 50% a mais que um modelo similar atual, tendo em vista o desenvolvimento das montadoras em novas técnicas de condução que emitem menos poluentes, bem como a implementação de leis que forçam as marcas em produzir veículos mais ecologicamente corretos.
Com informações: O Estado de S. Paulo
