Ford Edge V6 vs. Land Rover Discovery: Qual é o “resto de rico” mais perigoso?

Ford Edge V6 ou Land Rover Discovery: Qual "resto de rico" te levará à falência primeiro? Conheça os problemas crônicos da suspensão a ar do Disco e da caixa de transferência do Edge. Descubra qual SUV tem a manutenção mais cara e como se prevenir (ou fugir!) desses carros.

Comprar um SUV grande e potente por um preço tentador no mercado de seminovos é o sonho de muitos. O Ford Edge V6 e o Land Rover Discovery (principalmente os modelos 3 e 4 com motor TDV6) se encaixam perfeitamente nessa categoria, oferecendo status e desempenho por uma fração do preço original. Mas por trás do luxo desvalorizado, esconde-se a armadilha do “resto de rico”: a manutenção cara e a incidência de problemas crônicos que podem levar o novo proprietário à ruína financeira.

Ford Edge V6 vs. Land Rover Discovery: Qual é o “resto de rico” mais perigoso?

Analisamos o Edge e o Discovery para descobrir qual deles representa o maior risco para o seu bolso.

Land Rover Discovery: O Pesadelo da complexidade

O Discovery é o legítimo 4×4, construído para o off-road pesado com um nível de sofisticação que é sua principal inimiga no Brasil.

A manutenção do Discovery é notoriamente cara, principalmente devido à sua origem europeia e à complexidade dos seus sistemas:

  • Peças Cara: Componentes da Land Rover (como de outras marcas de luxo) custam, em geral, o triplo do preço de peças para carros americanos ou asiáticos, mesmo para itens básicos como discos de freio.

  • Mão de Obra Especializada: Devido à complexidade do carro, a mão de obra em oficinas especializadas ou concessionárias Land Rover cobra um valor alto, aumentando drasticamente o custo de qualquer reparo.

Land Rover Discovery: O Pesadelo da complexidade: Foto: Divulgação

Problemas Crônicos:

  1. Suspensão a Ar (A Bomba): O sistema de suspensão a ar é o calcanhar de Aquiles do Disco. Falhas nas bolsas de ar, compressores e válvulas são comuns com o tempo. Uma simples troca de bolsa ou reparo no compressor pode custar uma pequena fortuna.

  2. Motor TDV6 (O Mais Temido): Os motores diesel V6, embora fortes, têm a reputação de serem problemáticos, com relatos de falha prematura do virabrequim e problemas de arrefecimento (superaquecimento, trinca de cabeçote) se a manutenção do óleo e do sistema de refrigeração não for extremamente rigorosa.

  3. Elétrica: Problemas intermitentes em chicotes e módulos eletrônicos são recorrentes, exigindo diagnóstico complexo e peças caras.

Ford Edge V6: O Traço de União Fatal

O Ford Edge V6 (em suas gerações iniciais) é um SUV americano confortável e potente. Embora seja tecnicamente menos complexo que o Land Rover, ele possui um defeito de projeto que, se não for prevenido, é quase sempre fatal.

A manutenção de rotina do Edge é mais previsível e as peças são geralmente mais fáceis de encontrar (e mais baratas) do que as da Land Rover, por ser um Ford. Contudo, os pneus e o consumo do motor V6 são altos.

  • Custo de Peças: Itens de freio, como discos e pastilhas, têm um custo mais razoável em comparação direta com o Discovery.

  • Consumo: O motor V6 3.5L tem um consumo notoriamente alto, chegando a fazer 5 km/L na cidade, o que representa um custo operacional mensal muito elevado.

Problemas crônicos:

  1. Caixa de Transferência (O Ponto de Ruptura): Este é o grande vilão. O Edge (especialmente os modelos AWD) possui um erro crônico de projeto na caixa de transferência (conhecida também como Power Transfer Unit – PTU). O óleo lubrificante da caixa pode se degradar prematuramente, virando uma “graxa” espessa, causando o travamento e a quebra da caixa, um reparo que pode ultrapassar os R$ 10.000. A prevenção é a única saída: trocar o óleo da PTU a cada 30.000 km, mesmo que a concessionária Ford não o recomende.

  2. Sistema de Arrefecimento: Falhas em mangueiras e reservatórios plásticos podem causar problemas de superaquecimento, exigindo atenção.

  3. Suspensão: Embora não seja tão frágil quanto a do Discovery, a suspensão do Edge é robusta e a troca de componentes (como amortecedores) pode facilmente chegar a altos valores, como relatado por ex-proprietários.

Veredito: Qual o Maior Risco?

Característica Land Rover Discovery Ford Edge V6
Custo das Peças Altíssimo (Peças importadas de luxo) Alto (Peças americanas)
Problema Crônico Fatal Falha do Virabrequim (TDV6) e Suspensão a Ar Quebra da Caixa de Transferência (PTU)
Prevenção do Problema Fatal Manutenção ultra-rigorosa (óleo, arrefecimento) Troca preventiva do óleo da PTU a cada 30.000 km
Complexidade de Reparo Muito Alta Alta

O Land Rover Discovery é o maior risco. Sua combinação de eletrônica complexa, suspensão a ar e a vulnerabilidade do motor (especialmente o diesel) o torna uma aposta muito mais arriscada. O preço da peça é exorbitante e qualquer falha pequena tende a se agravar rapidamente devido à sua sofisticação.

Já o Ford Edge tem um problema crônico muito sério na caixa de transferência, mas, em teoria, ele pode ser prevenido com a troca do óleo da PTU. Para o motorista que aceita o consumo alto e faz essa manutenção preventiva crucial, o Edge pode ser uma “lasanha” mais gerenciável, embora ainda seja caro.

Se você busca menos dor de cabeça, é melhor passar longe dos dois. Mas se o luxo desvalorizado for irresistível, o Ford Edge, com o devido cuidado preventivo na PTU, pode ser um mal menor que o complexo e caríssimo Land Rover.

Qual a sua experiência? Você já teve um Discovery ou um Edge? Comente abaixo qual dos dois é o verdadeiro pesadelo da oficina e compartilhe o valor do prejuízo que você teve com esses “restos de rico”!

Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Entrar no canal do Whatsapp Entrar no canal do Whatsapp
Robson Quirino
Escrito por

Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.