O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC continua buscando alternativas para o fechamento da fábrica da Toyota na região do ABC paulista – que será encerrada gradualmente a partir de dezembro, segundo anunciou a montadora japonesa no mês de abril e fora divulgado pelo Garagem360.
O sindicato informa que segue em tratativas com a Toyota para apresentar proposta de transferência e de Plano de Demissões Voluntárias (PDV) aos cerca de 550 trabalhadores atualmente empregados.
“Depois de todos os esforços pela manutenção da planta da Toyota em São Bernardo do Campo, a empresa reafirmou o fechamento da unidade e as negociações para a permanência da fábrica na cidade se esgotaram”, afirma o sindicato em nota.
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Sindicato negocia transferências com o fechamento de fábrica
Moisés Selerges, presidente da organização sindical, destaca que, encerradas as negociações pela permanência da planta, “a luta agora é para garantir as melhores condições possíveis no processo de saída e de transferência”.
Selerges explica que, para tentar encontrar alternativas para a permanência da planta na cidade, o sindicato se reuniu com representantes do poder público, entre eles o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, dirigentes da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo e o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando.
Em conjunto com a subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os metalúrgicos do ABC elaboraram proposta de negociação trabalhista para os próximos três anos, que foi recusada pela direção da empresa. “Também os trabalhadores, que perderam a confiança na permanência da montadora, decidiram por não insistir na demanda”, ressalta Selerges.
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O fechamento da fábrica da Toyota
No início do mês de abril, a Toyota anunciou que iria fechar sua fábrica em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, que produz peças fornecidas a outras unidades da montadora.
Na ocasião, a empresa informou que transferiria a operação industrial no ABC para as suas operações no interior de São Paulo: Sorocaba, Indaiatuba e Porto Feliz.
Segundo a empresa, a intenção é buscar mais sinergia entre as unidades produtivas para aumentar a competitividade “frente aos desafios do mercado brasileiro e da sustentabilidade dos negócios no País”.
A mudança, ainda segundo informou a Toyota, será feita de forma gradual a partir de dezembro, com conclusão prevista para novembro do ano que vem.
A fábrica da Toyota de São Bernardo do Campo é uma das mais antigas do Brasil e ficou marcada como a primeira linha de produção da montadora fora do Japão – foi inaugurada em 1962 para a produção do icônico jipe Bandeirante, modelo que ficou em linha por quase 40 anos.
Atualmente, a unidade é responsável por produzir peças para a linha de motores em Porto Feliz (SP) e componentes de exportação para a montagem do motor do sedã Camry, nos Estados Unidos.