Estudo diz que Brasil não está pronto para carros autônomos; entenda como eles funcionam

O Brasil continua sendo o país menos preparado para a adoção de veículos autônomos dentre todos os analisados no “Índice de Prontidão para Veículos Autônomos 2020” (AVRI 2020 ou 2020 Autonomous Vehicles Readiness Index, em inglês) da KPMG. A diferença em relação ao ano anterior é que, em 2019, eram 25 os países analisados, com o Brasil em último colocado e agora, em 2020, são 30 os países analisados, com o Brasil continuando a ocupar a última posição.

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O índice da KPMG avaliou os países por meio de 28 indicadores para mensurar sua prontidão e progresso na promoção da implementação e inovação dos veículos autônomos. Os indicadores estão organizados em quatro critérios de avaliação: política e legislação; tecnologia e inovação; infraestrutura; e aceitação do consumidor. No Brasil, as posições foram as seguintes para cada um dos critérios: política e legislação (30º); tecnologia e inovação (30º); infraestrutura (30º); aceitação do consumidor (29º).

“O governo brasileiro está fazendo pouco para incentivar a adoção de veículos autônomos e, apesar do entusiasmo dos consumidores no Pís por novas tecnologias e serviços, não há ainda políticas públicas de incentivo para esses tipos de veículos. Fomos superados por Hungria, Rússia, Chile, México e Índia. O desempenho brasileiro poderia ser impulsionado por mais pesquisas e programas de incentivos governamentais”, afirma Mauricio Endo, sócio-líder de Governo da KPMG no Brasil e na América do Sul.

Os resultados também revelaram que a maioria dos países aumentou sua prontidão para os veículos autônomos, com 17 dos 25 países listados no índice 2019 aumentando suas pontuações em 2020.

A liderança deste ano ficou com Cingapura e Holanda (que mantiveram a primeira e segunda colocação, respectivamente) e Noruega, que se manteve na terceira posição. De acordo com o AVRI 2020, os dez países mais preparados para um futuro com meios de transporte autônomos são os seguintes:

Cingapura e Holanda são líderes na promoção de veículos elétricos (VEs), precursores essenciais dos veículos autônomos. Cingapura planeja aumentar massivamente o número de estações de carga de VEs, de 1.600 para 28 mil até 2030, enquanto a Holanda tem o maior número de estações de carga de VEs per capita. A Noruega é líder mundial na adoção de veículos elétricos e, além de extensos testes de veículos autônomos, estabeleceu três rotas de ônibus autônomos em Oslo.

Os Estados Unidos se destacam como sede de 420 empresas de veículos autônomos, o que corresponde a 44% de todas as empresas dessa natureza rastreadas no relatório. A Coreia do Sul registrou o maior crescimento em relação ao ano anterior e ocupa agora a sétima posição. O país foi impulsionado pela introdução de uma estratégia nacional para veículos autônomos, publicada em outubro de 2019, que espera reduzir as mortes nas estradas no país em 75%.

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Sobre a pandemia da covid-19, o índice revelou que os veículos sem motoristas poderão ser importantes para o atendimento dos novos requisitos de movimentação de pessoas e mercadorias. Por exemplo, o transporte público pode ser parcialmente aliviado por micro-ônibus autônomos sob demanda, para promover o distanciamento social, e veículos autônomos para transporte e entrega de produtos sem contato.

Pela primeira vez, o estudo da KPMG também apresentou casos de municípios com iniciativas de veículos autônomos relevantes: Pequim, Detroit, Helsinque, Pittsburgh e Seul.

O conteúdo pode ser acessado na íntegra clicando aqui.

Como funcionam os carros autônomos

“Todo veículo autônomo conta com uma série de equipamentos tecnológicos, como radares, lidares (radar que usa laser no lugar de ondas eletromagnéticas de rádio para mapear o entorno), sensores, câmeras, lasers, GPS, computadores, atuadores, além de visão computadorizada. Ao atuarem juntos, os itens fazem com que o carro ‘sinta’ o ambiente e navegue sem a intervenção humana”, comenta Emerson Feliciano, superintendente técnico do Cesvi Brasil/Mapfre.

|Foto: Divulgação/Cesvi Brasil

Segundo o especialista, a solução também utiliza as informações de GPS e sistema de sensores para aprimorar sua posição e construir uma imagem tridimensional do seu local atual. “Na maioria dos carros, a central computadorizada reúne todas essas informações e envia para os atuadores, que acionam pedais, volantes e comandos de sinalização, direcionando, sinalizando e movimentando o veículo na direção desejada”, comenta.

Contudo, é preciso lembrar que o veículo autônomo ainda exige a atenção máxima do motorista. “É essencial que o condutor esteja focado e concentrado no trajeto do carro, uma vez que, qualquer distração, por mínima que ela seja, pode acarretar em graves acidentes”, finaliza Feliciano.

E por falar em carros tecnológicos, confira na galeria a evolução dos modelos elétricos.

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