Esta disputa pode definir o futuro do setor automotivo no Brasil
Veja quais são as soluções mais defendidas para os próximos passos da indústria automotiva no Brasil e no mundo.
O setor automotivo tem passado por diversas mudanças, assim como discussões sobre o seu futuro. Nesse sentido, veja quais são as soluções mais defendidas para os próximos passos da indústria no Brasil e no mundo.
Disputa clássica do setor automotivo no Brasil
Nos últimos anos, uma disputa tem ganhado cada vez mais relevância no setor automotivo: carros à combustão x veículos elétricos.
Nesse sentido, não só o produto final (veículo) sob uma característica ou outra, são pontos importantes de análise, mas também os componentes que cada tipo de automóvel precisam.
Para ser mais claro, a produção de um ou outro tipo de carro, movimenta setores distintos do segmento automobilístico e faz com que a decisão seja avaliada de outras maneiras.
Fatores como a abundância de matérias-primas e as consequências e impactos de cada tipo de veículos também entram na balança de peso da complexa decisão.
Combustíveis x Baterias
Já é uma realidade no Brasil e no mundo a convivência de veículos a combustão e elétricos, ofertados pelas fabricantes automotivas.
Desta forma, a produção de carros a combustão ou elétricos precisam obviamente de matérias-primas distintas.
No caso do veículo a combustão (etanol), a necessidade do álcool contribuiu para o crescimento da produção em 800% do produto através do milho nos últimos cinco anos no país, segundo a Confederação Nacional da Indústria.
No entanto, o potencial nacional para tal produção não pode ser tido como solução absoluta como aponta Jean Albino, especialista em energia há 30 anos e mentor-investidor da Lead Energy:
“Não se pode comprovar que o etanol seja a opção mais requisitada futuramente. Isso porque, ainda persistem os resquícios da escassez do álcool nos postos, ocorrida no fim dos anos 80 e provocada pelas usinas que optaram por produzir açúcar ao invés de álcool, considerando que era um composto mais lucrativo na época. Além disso, vale citar a baixa autonomia dos veículos movidos com este combustível que pode desestimular o interesse dos consumidores”.
Os carros movidos a gasolina, segundo Jean, são as alternativas menos viáveis para o futuro, já que são mais poluentes e complexos na fabricação dos motores, mesmo que tenham processo mais consolidado.
Por sua vez, os veículos elétricos dependem principalmente da produção da baterias que são os maiores custos para a fabricação desses modelos.
Tal cenário inviabiliza os objetivos públicos dos modelos eletrificados, voltados principalmente para a evolução tecnológica e contribuição ao meio ambiente.
Sendo assim, a prosperidade desses veículos depende da ”progressão dos modelos e a consequente redução do custo”, como atribui Jean Albino.
Ainda segundo o especialista, é possível comparar o processo e viabilidade do álcool e das baterias, assim como qual produto leva vantagem:
“Os carros elétricos envolvem a fabricação de baterias cujo processo de extração mineral é poluente e requer a criação de uma indústria que realize o descarte e reaproveitamento. Já o álcool, neste sentido, é um produto renovável e ambientalmente mais limpo.”, aponta Jean.
Vale lembrar que o custo final para a produção de qualquer um dos dois tipos de veículos dependem de outros fatores.
Desta forma, o valor dos diferentes modelos representam um processo complexo para o produto final, convertido em seu preço de oferta ao consumidor.
De mesmo modo, os próximos passos tomados pela indústria automobilística, levando em conta fatores como os produtos utilizados para os diferentes tipos de veículo, certamente avaliarão as dificuldades e frutos de cada um.
Jornalista com maior experiência profissional no setor automotivo. Atualmente redator do Grupo Gridmidia com foco no portal Garagem360. Temas como: mobilidade, serviços e setor de caminhões estão entre as preferências.