Enfrente alagamentos com segurança
Motorista só deve atravessar enchentes se o nível da água estiver abaixo da metade da roda
Principalmente em São Paulo, as chuvas de verão deixam a cidade caótica em poucos minutos. Além de aumentar o trânsito, muitas áreas acabam alagadas. Caso o motorista se depare com este tipo de situação, deve analisar com calma e decidir se vale a pena ir em frente e atravessar a água – o que, muitas vezes, é perigoso – ou dar meia volta e tentar outro caminho.
Em dias de chuva, motorista deve evitar trajetos com histórico de alagamento | Foto: alecperkins via Visualhunt.com / CC BY
“Alguns alagamentos são traiçoeiros. A água, por exemplo, pode encobrir um bueiro ou uma valeta que disfarça a verdadeira profundidade da enchente”, diz Francisco Satkunas, conselheiro da Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil).
Por isso, em dias de chuva, a melhor opção é evitar vias que costumam sofrer com enchentes. Vale a pena checar os noticiários e aplicativos como o Waze para verificar se a rota desejada está com problemas. Se isso não for possível, é preciso observar alguns fatores antes da passar com o carro em grandes poças de água.
É importante salientar que nunca se deve tentar atravessar alagamentos com correntezas. Em alguns casos, a situação pode complicar, e terminar com o veículo sendo arrastado ou atingido por troncos ou objetos que estão no fluxo da água.
Atravessando em segurança
Satkunas explica que para fazer uma travessia segura, o nível de altura da água não pode ultrapassar a metade da roda. “Caso o motorista decida cruzar o alagamento, o mais importante é ter as rodas no chão e manter o motor com giro acima de três mil rotações por minuto para evitar que a água entre pelo escapamento em quantidade que impeça a saída dos gases da combustão, e que o propulsor pare de funcionar.”
Para atravessar enchente em segurança, nível da água deve estar abaixo da metade da roda | Foto: PaperStainer via VisualHunt / CC BY
Os carros rebaixados, em especial, não devem nunca fazer esse tipo de travessia. “Veículos com maior altura do solo têm melhor chance de ultrapassar enchentes moderadas, pois o centro das rodas é mais elevado”, comenta o profissional.
Durante o trajeto, é necessário manter a primeira marcha engatada nos carros manuais e tentar controlar a rotação e a velocidade dos automáticos, empurrando a água suavemente como se fosse um rodo.
“A marcha, portanto, deve ser a mais reduzida possível, para que a velocidade seja baixa de modo a evitar que a água ultrapasse o capô e acabe entrando no motor por meio do filtro de ar. Caso isso aconteça, é provável que o sistema ‘morra’ e existe risco de um calço hidráulico, o que significa que o líquido entra na câmara de combustão e trava – ou até mesmo quebra – elementos como bielas, pistões e eixo de manivelas”, relata Satkunas.
Se o motor desligar, o motorista só deve tentar dar a partida de novo se a água estiver abaixo da metade da roda. Caso contrário, o processo pode causar um calço hidráulico e romper peças vitais.
Atingido no congestionamento
No verão é grande o potencial para chuvas rápidas e de forte intensidade, com risco de alagamentos em vias nas baixadas das cidades. Mesmo com bueiros e drenagem, a enxurrada pode chegar subitamente e em poucos minutos atingir um carro parado no congestionamento.
Caso isso aconteça, o ideal é manter a calma e seguir as seguintes instruções: deixar o carro em ponto morto – ou neutro no caso dos automáticos -, e manter o motor acima de três mil rotações até que a água abaixe. Se ela começar a subir muito, condutor e passageiros devem abandonar o veículo o mais rápido possível e procurar abrigo em local seguro.
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