Dicas para financiar um automóvel

Antes de comprar o veículo a prazo é preciso pesquisar as melhores taxas de juros e as formas de pagamento para evitar endividamentos

Depois da casa, a compra do automóvel é uma das principais conquistas na vida de uma família. Mas, antes de fechar o negócio, seja na concessionária ou com um vendedor particular, é importante analisar as formas de pagamento para evitar possíveis endividamentos e atrasos das parcelas.

Segundo Wilson Justo, diretor de marketing e relacionamento da Sorocred, empresa especializada em financiamentos de veículos, para comprar um modelo a prazo é preciso estar preparado para pesquisar e negociar bastante.

“Além disso, o valor da parcela não deve exceder 30% do salário. E, dependendo de quanto for dado de entrada, a taxa de juros pode cair significativamente, já que o banco e a concessionária correm menos riscos”, comenta o executivo. “Em uma aquisição particular, dá para conseguir um valor mais acessível. Neste caso, o comprador tem uma gama limitada de opções de financiamentos e, provavelmente, terá que usar as taxas oferecidas pelos bancos ou financeiras”, acrescenta.

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Dependendo do valor da entrada, a taxa de juros pode ficar menor | Foto: Reprodução

Ainda segundo o especialista, nas concessionárias o preço do carro, normalmente, é maior porque tem que rentabilizar a operação da loja. Por outro lado, elas trabalham com vários bancos e é possível conseguir taxas mais competitivas.

Outra recomendação de Justo é usar o Custo Efetivo Total (CET) para comparar as taxas entre vários bancos e financeiras. “Não se trata se uma taxa de juros e sim um conjunto de todos os custos envolvidos na operação, convertidos em um valor percentual. Com o CET, o consumidor pode saber quem tem a melhor condição para o financiamento”, explica o diretor de marketing e relacionamento da Sorocred.

Formas de financiamento

Atualmente, o consumidor tem duas alternativas para adquirir o automóvel imediatamente e realizar o pagamento a prazo: crédito direto ao consumidor (CDC) e leasing. O primeiro permite que o cliente torne-se proprietário imediato do veículo. Basicamente, quem paga o valor total é o banco. Neste caso, as parcelas podem se estender por até 80 meses. De modo geral, até que a dívida seja quitada, o veículo permanece no nome do comprador, mas no documento constará que ainda existe uma pendência a ser paga.

Diferentemente do CDC, o leasing funciona como um aluguel, e o modelo pode ser adquirido ao final do contrato. Nestes casos, as taxas de juros são mais baratas, já que os bancos conseguem recuperar o bem com facilidade se o pagamento estiver comprometido. “Nessa modalidade o documento fica em nome da instituição financeira. E quanto mais parcelas, mais o financiamento caberá no bolso. Porém, o custo total do carro também fica maior no final das contas”, diz Justo.

Há ainda uma terceira opção, o consórcio, sistema de compra parcelada e programada no qual um grupo de pessoas que desejam adquirir um carro, novo ou usado, nacional ou importado, se une para pagar o valor do bem desejado em até 100 meses, com a possibilidade de reduzir o prazo quando quiserem.

Apesar de oferecer as menores taxas de juros do mercado, não há a garantia da aquisição imediata, portanto, não é indicado a quem tem pressa. Ele funciona da seguinte forma: a cada mês, um carta de crédito é liberada por sorteio e outra pelo maior valor de lance. Os valores dos lances tendem a ser mais altos no início – nos primeiros meses a média costuma ser de 40% do valor da carta de crédito.

Detalhes importantes

– Prazo:  deve-se optar pelo menor o número de prestações possível. Isso porque, se o carro for financiando em muitas parcelas, o juros acaba sendo maior. Sem contar que o condutor não sabe o que pode acontecer daqui cinco anos, por exemplo, se for o caso de um financiamento a longo prazo.

– Valor: é aconselhável financiar o menor valor possível e utilizar o carro que deseja vender como parte do pagamento. Vale também aproveitar remunerações extras como bônus, participação nos lucros ou antecipação do 13º salário para aumentar o valor que será dado como entrada.

– Tarifas: todas as taxas e comissões devem ser demonstradas claramente. Os juros são frequentemente calculados sem tarifas de cadastro (proibidas por lei, mas ainda são cobradas se o consumidor não questionar).

– Documentação: o ideal é reservar uma quantia em dinheiro para possíveis despesas extras do novo veículo, como documentação, IPVA e valor do seguro.

LEIA MAIS: CDC, leasing ou consórcio?

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Talita Morais
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