Deu ruim pra ele? Sedã que era sucesso vende menos de 10 unidades em 2 meses

 

 

 

VEJA TAMBÉM

 

Modelo que marcou época no Brasil, alcançando sucesso de vendas em 20 anos de história, o sedã Honda Civic agoniza no mercado automotivo nacional. As vendas acumuladas pelo Civic nos últimos dois meses não chegaram a uma dezena de unidades e sedã é reduzido à insignificância.

Do sucesso ao fracasso: vendas do sedã Honda Civic despencam em três anos

Deu ruim pra ele? Sedã que era sucesso vende menos de 10 unidades em 2 meses
O Honda Civic 2011 foi objeto do desejo de milhares de brasileiros (Foto: Divulgação/Honda)

As primeiras unidades do sedã Honda Civic desembarcaram no Brasil em 1992, importadas dos EUA. Na época, o modelo estava em sua quinta geração (a versão inicial havia surgido no Japão em 1972).

O Civic foi o responsável por inaugurar a linha de produção de automóveis da Honda no Brasil, em 1997. Ao longo das primeiras duas décadas deste século, travou uma disputa pela liderança do segmento de sedãs médios com o Toyota Corolla.

No auge, em 2013, o Honda Civic acumulou 60.966 unidades vendidas, contra 54.102 do Corolla. No início da atual década, as vendas entraram em declínio acentuado e, com volume mensal na casa das 1.500 unidades, a montadora decidiu tirá-lo da linha de produção no Brasil no final de 2021.

Em 2022, o sedã ressurge no mercado nacional em versão híbrida, tendo 1.996 unidades emplacadas – o líder Corolla emplacou 42.887 no ano passado. A principal dificuldade que o modelo enfrentou na sua volta ao País pode ser atribuída ao preço: foi relançado por R$ 244.900, mais de R$ 60 mil acima do Toyota Corolla Hybrid (R$ 180.990).

Neste ano, as coisa ficaram ainda piores para o Civic. De janeiro a maio, foram emplacadas apenas 315 unidades. Tombo maior aconteceu nos últimos dois meses: foram vendidos cinco carros em junho e quatro em julho. Hoje, o Honda Civic fica atrás de modelos como o Audi A3 Sedan (que vende cerca de 100 unidades mensais).

Honda Civic Hybrid 2023

Deu ruim pra ele? Sedã que era sucesso vende menos de 10 unidades em 2 meses
Honda Civic Hybrid 2023 (Foto: Divulgação/Honda)

Hoje em sua décima-primeira geração, o sedã da Honda chega ao Brasil importado da Tailândia, em versão única. 

Além de contar com a tecnologia híbrida e:HEV, o sedã teve as dimensões externas aumentadas, o interior renovado e ganhou diversos novos equipamentos de série.

Construída em uma evolução da plataforma antecessora, a nova geração ficou 38 mm maior no comprimento (4.679 mm ao todo) e ganhou 35 mm extras na distância entre eixos (2.735 mm). Na largura, o ganho foi de 3 mm (1.802 mm), enquanto a altura foi reduzida em 1 mm (1.432 mm).

O estilo do atual Civic é mais sóbrio, com capô plano e alongado, grade parcialmente na cor da carroceria e linha de cintura mais baixa que o antecessor.

O ponto de maior ousadia está na traseira, com novas lanternas horizontais (em LED) que invadem a tampa do porta-malas. As rodas, que têm novo desenho, mantiveram o aro de 17 polegadas.

Do lado de dentro, o modelo repete o padrão adotado pelos mais recentes modelos da marca.

Isso inclui a central multimídia com tela flutuante de 9” (com espelhamento via cabo de Apple CarPlay e Android Auto), o quadro de instrumentos digital (de 10,2”), o novo volante e as saídas de ventilação ocultas.

No porta-malas, a capacidade diminuiu, passando de 517 litros para 495 l no Civic 2023.

Entre os itens de série, o sedã traz:

  • bancos de couro com ajustes elétricos para motorista e passageiro dianteiro
  • chave presencial
  • partida do motor por botão
  • faróis full LED
  • sensores de estacionamento na dianteira e traseira
  • ar-condicionado digital de 2 zonas
  • carregador de celular por indução
  • teto solar elétrico
Deu ruim pra ele? Sedã que era sucesso vende menos de 10 unidades em 2 meses
Cabine traz conforto e tecnologia, mas não seduziu o brasileiro (Foto: Divulgação/Honda)

Em relação à segurança, o modelo vem de fábrica com 8 airbags (dois frontais, dois de cortina e quatro laterais – sendo dois na dianteira e dois na traseira).

Ele também conta com o pacote Honda Sensing, que engloba diversos itens de assistência à condução, como controle de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma de emergência, assistente de permanência em faixa, sistema para mitigação de evasão de pista e farol alto automático.

O principal destaque

O principal destaque da nova geração do Civic é a estreia do sistema híbrido e:HEV, que combina motor 2.0 a gasolina (com injeção direta) de 143 cv e 19,1 kgfm de torque e motor elétrico de 184 cv e 32,1 kgfm de torque.

Há ainda um segundo motor elétrico, que atua como gerador de energia para a bateria de tração (de 1,05 kWh de capacidade). O câmbio é automático do tipo e-CVT.

Mesmo com muitas qualidades a oferecer, o sedã não conseguiu seduzir o motorista brasileiro e hoje agoniza no mercado a ponto de praticamente desaparecer.

Aproveite e confira: Carro elétrico com mais de 700 km de alcance? Conheça o sedã chinês

Paulo Silveira Lima
Paulo Silveira LimaJornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.
ASSISTA AGORA
Veja mais ›
Fechar