Deu ruim pra ele? Sedã que era sucesso vende menos de 10 unidades em 2 meses
Após marcar época no Brasil, alcançando sucesso de vendas, sedã hoje agoniza no mercado automotivo nacional, com vendas mínimas.
Modelo que marcou época no Brasil, alcançando sucesso de vendas em 20 anos de história, o sedã Honda Civic agoniza no mercado automotivo nacional. As vendas acumuladas pelo Civic nos últimos dois meses não chegaram a uma dezena de unidades e sedã é reduzido à insignificância.
Do sucesso ao fracasso: vendas do sedã Honda Civic despencam em três anos
As primeiras unidades do sedã Honda Civic desembarcaram no Brasil em 1992, importadas dos EUA. Na época, o modelo estava em sua quinta geração (a versão inicial havia surgido no Japão em 1972).
O Civic foi o responsável por inaugurar a linha de produção de automóveis da Honda no Brasil, em 1997. Ao longo das primeiras duas décadas deste século, travou uma disputa pela liderança do segmento de sedãs médios com o Toyota Corolla.
No auge, em 2013, o Honda Civic acumulou 60.966 unidades vendidas, contra 54.102 do Corolla. No início da atual década, as vendas entraram em declínio acentuado e, com volume mensal na casa das 1.500 unidades, a montadora decidiu tirá-lo da linha de produção no Brasil no final de 2021.
Em 2022, o sedã ressurge no mercado nacional em versão híbrida, tendo 1.996 unidades emplacadas – o líder Corolla emplacou 42.887 no ano passado. A principal dificuldade que o modelo enfrentou na sua volta ao País pode ser atribuída ao preço: foi relançado por R$ 244.900, mais de R$ 60 mil acima do Toyota Corolla Hybrid (R$ 180.990).
Neste ano, as coisa ficaram ainda piores para o Civic. De janeiro a maio, foram emplacadas apenas 315 unidades. Tombo maior aconteceu nos últimos dois meses: foram vendidos cinco carros em junho e quatro em julho. Hoje, o Honda Civic fica atrás de modelos como o Audi A3 Sedan (que vende cerca de 100 unidades mensais).
Honda Civic Hybrid 2023
Hoje em sua décima-primeira geração, o sedã da Honda chega ao Brasil importado da Tailândia, em versão única.
Além de contar com a tecnologia híbrida e:HEV, o sedã teve as dimensões externas aumentadas, o interior renovado e ganhou diversos novos equipamentos de série.
Construída em uma evolução da plataforma antecessora, a nova geração ficou 38 mm maior no comprimento (4.679 mm ao todo) e ganhou 35 mm extras na distância entre eixos (2.735 mm). Na largura, o ganho foi de 3 mm (1.802 mm), enquanto a altura foi reduzida em 1 mm (1.432 mm).
O estilo do atual Civic é mais sóbrio, com capô plano e alongado, grade parcialmente na cor da carroceria e linha de cintura mais baixa que o antecessor.
O ponto de maior ousadia está na traseira, com novas lanternas horizontais (em LED) que invadem a tampa do porta-malas. As rodas, que têm novo desenho, mantiveram o aro de 17 polegadas.
Do lado de dentro, o modelo repete o padrão adotado pelos mais recentes modelos da marca.
Isso inclui a central multimídia com tela flutuante de 9” (com espelhamento via cabo de Apple CarPlay e Android Auto), o quadro de instrumentos digital (de 10,2”), o novo volante e as saídas de ventilação ocultas.
No porta-malas, a capacidade diminuiu, passando de 517 litros para 495 l no Civic 2023.
Entre os itens de série, o sedã traz:
- bancos de couro com ajustes elétricos para motorista e passageiro dianteiro
- chave presencial
- partida do motor por botão
- faróis full LED
- sensores de estacionamento na dianteira e traseira
- ar-condicionado digital de 2 zonas
- carregador de celular por indução
- teto solar elétrico
Em relação à segurança, o modelo vem de fábrica com 8 airbags (dois frontais, dois de cortina e quatro laterais – sendo dois na dianteira e dois na traseira).
Ele também conta com o pacote Honda Sensing, que engloba diversos itens de assistência à condução, como controle de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma de emergência, assistente de permanência em faixa, sistema para mitigação de evasão de pista e farol alto automático.
O principal destaque
O principal destaque da nova geração do Civic é a estreia do sistema híbrido e:HEV, que combina motor 2.0 a gasolina (com injeção direta) de 143 cv e 19,1 kgfm de torque e motor elétrico de 184 cv e 32,1 kgfm de torque.
Há ainda um segundo motor elétrico, que atua como gerador de energia para a bateria de tração (de 1,05 kWh de capacidade). O câmbio é automático do tipo e-CVT.
Mesmo com muitas qualidades a oferecer, o sedã não conseguiu seduzir o motorista brasileiro e hoje agoniza no mercado a ponto de praticamente desaparecer.
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Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.