Conflito na Ucrânia: Renault revela avanço na negociação com Rússia
A Renault afirmou ter progresso nas negociações com a Rússia sobre o futuro das atividades da montadora no país, veja os detalhes.
A montadora francesa mantém negociações sobre a retomada das atividades no Rússia. A produção da AvtoVAZ, marca na qual a montadora francesa é a dona majoritária, foi interrompida após o início da guerra na Ucrânia.
Futuro da Renault na Rússia ainda é incerto (Foto: Divulgação)
Renault afirma fazer progressos em negociações com a Rússia
De acordo com informações do Auto News Europe, a Renault tem feito progresso nas negociações junto à Rússia, sobre o futuro da AvtoVAZ, empresa russa, na qual a Renault é a dona majoritária.
De acordo com o CFO Thierry Pieton, a Renault tem feito progresso junto o país russo, após a suspensão das operações fabris em meio ao conflito entre a Ucrânia e o país comandado por Putin.
As informações de interrupção das atividades da AvtoVAZ haviam sido confirmadas ainda no mês passado, quando a montadora afirmou avaliar o futuro da empresa.
A paralisação aconteceu logo em seguida ao pronunciamento da montadora que havia afirmado a retomada da produção local. Porém, como resposta, o governo ucraniano reprovou a atitude da Renault, e pediu boicote à empresa.
Renault revê a produção de lucros para 2022
Após a paralisação e todas as negociações que a empresa tem feito, a marca reajustou a margem de lucro esperada para 2022, que agora é de 3% contra os 4% previstos anteriormente.
Em nota, à imprensa, a montadora afirmou que “Em relação à sua participação na AVTOVAZ, o Grupo Renault está avaliando as opções disponíveis, levando em consideração o ambiente atual, enquanto atua com responsabilidade para com seus 45.000 funcionários na Rússia.”
É importante lembrar que, desde o início do conflito entre os países do leste europeu, a Rússia tem enfrentado constantes sanções de empresas de outros locais. No setor automotivo, diversas montadoras paralisaram as produções desde o início da guerra.
No entanto, no caso da Renault a situação é um pouco diferente, tendo em vista que a AvtoVAZ é uma empresa russa.
No mesmo cenário, a governo russo também afirmou que pretende nacionalizar as operações industriais do setor automotivo que não estejam produzindo.
“O Ministério da Indústria e Comércio discutirá as perspectivas de desenvolver a fábrica da Renault Rússia com o governo de Moscou”. Afirmou o governo.
Foto: Renault
O cenário automotivo impactado pela guerra entre Rússia e Ucrânia
Além das consequências geradas para as montadoras, como a produção paralisada por exemplo, a guerra entre a Rússia e Ucrânia influenciou o mercado automotivo em diferentes aspectos.
O mercado de elétricos é um bom exemplo. De acordo com a consultoria S&P Global Mobility, a Rússia é a maior fornecedora de níquel do mundo.
O material em questão é muito usado na produção de baterias de carros elétricos, bem como em propulsores híbridos.
Com as sanções impostas ao país, o produto se tornou mais valioso, tendo em vista a escassez no restante do mercado que ainda é muito dependente da Rússia para o fornecimento do material.
A Ucrânia também é uma peça chave no fornecimento de componentes usados na produção dos carros elétricos. E com o país vivendo em guerra, a produção dos mesmos está paralisada.
Com isso, o preço final dos carros elétricos ficou ainda mais caro. Nos EUA por exemplo, os carros da Tesla já sofreram reajustes de preços.
Além disso, conforme já reportado pelo Garagem360, os preços da gasolina também registram altos níveis de reajuste, também consequência da guerra.
Conflito entre Rússia e Ucrânia deixou os elétricos mais caros (Foto: Pixabay)
Com informações: Auto News Europe
Jornalista e especialista em comunicação empresarial, com bagagem de mais de três anos atuando ativamente no setor automotivo e premiada em 2016 por melhor reportagem jornalística através do concurso da Auto Informe. Atualmente dedica-se à redação do portal Garagem 360, produzindo notícias, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.
