Como conduzir carros automáticos prolongando a vida útil do veiculo 

Veja dicas de como dirigir corretamente carros automáticos, que se popularizaram no Brasil apenas neste século, e evitar quebras e defeitos.

O câmbio automático surgiu nos Estados Unidos nos anos de 1930. Mas durante muito tempo foi um artigo de luxo no mercado brasileiro. A opção de dirigir um veículo sem trocar manualmente as marchas, os carros automáticos, só veio a se popularizar no País a partir deste século.

São vários os sistemas de troca de marcha. No Brasil os modelos mais comuns são os automatizados, o CVT e automático tradicional. A seguir, você vai conhecer melhor cada um deles e saber quais cuidados tomar para prolongar a vida útil do veículo, evitando custos com manutenção devidos ao uso incorreto do equipamento.

(Foto: Pixabay)

Como funciona cada tipo de câmbio automático

Nos câmbios automatizados, um sistema eletrônico aciona a embreagem e, depois de analisar velocidade e a rotação do veículo, ocorrem as trocas automáticas graças aos sensores hidráulicos. É como se um robô fizesse a troca das marchas para você.

Por sua vez, a Transmissão Continuamente Variável (CVT, na sigla em inglês) conta com uma estrutura de correia e polia, semelhante ao sistema de uma scooter. O CVT não conta com seletor de velocidades.

O sistema automático de dupla embreagem é o que está mais em alta no mercado, hoje. Seu funcionamento é semelhante ao do automático tradicional, com a diferença de usar duas embreagens. 

Assim, um disco de embreagem maior aciona as marchas pares e a marcha à ré, enquanto um outro, menor, fica responsável pelas ímpares. Isso permite que, enquanto uma marcha está engatada, a próxima já está pronta para entrar em ação, garantindo maior velocidade nas trocas se comparado com o automático convencional.

Independentemente da escolha técnica feita pelo fabricante, dirigir um carro automático exige algumas mudanças de hábito para o motorista já acostumado aos automóveis com câmbio manual. Confira abaixo algumas dicas sobre como dirigir um carro automático corretamente.

Divulgação

Como dirigir corretamente os carros automáticos

A diferença na condução de um carro automático para um manual é notada antes mesmo de dar a partida. Nos automáticos, é preciso estar com o pé no freio para que o motor comece a funcionar.

Também é importante tomar cuidado com o pé esquerdo. Deixe-o sempre apoiado no descanso criado para ele, para evitar que você tente acionar o pedal de embreagem inexistente e acabe pisando no freio. Parece besteira, mas em momentos de distração isso pode acontecer. E provocar acidentes.

Veja a seguir o que significa cada letra da alavanca de câmbio.

  • P – Posição de estacionamento – A função deve ser usada quando o veículo está parado e desligado, geralmente estacionado em uma vaga ou garagem.
  • D – Função de direção – É a posição para conduzir o veículo normalmente, onde ocorre a troca automática das marchas durante o trajeto.
  • R – Acionamento da Ré – Deve ser usada somente após o carro estar parado, e nunca em movimento.
  • N – Neutro – Função para colocar o veículo em ponto-morto.

(Foto: Divulgação/Fiat)

Cuidados com o ponto-morto nos carros automáticos

Importante destacar que a função N não deve ser utilizada ao estacionar nos carros automáticos. Ela foi criada especificamente para uso em situações em que é necessário movimentar o veículo com o motor desligado.

Embora alguns modelos de câmbio engatem automaticamente a posição N em paradas curtas ou em velocidade constante em estrada como uma estratégia para reduzir o consumo de combustível, a manobra não é recomendada nos carros que não contam com essa função automatizada.

Além de acelerar o desgaste da transmissão, os motores dos carros sem essa função não são calibrados para ser mais econômicos em ponto-morto. Nesses casos, os propulsores são acertados para render mais na posição D, com o pé fora do acelerador – nessa situação, a injeção eletrônica injeta combustível suficiente apenas para manter o motor ligado.

Foto: De fato

Funções adicionais

Existem câmbios automáticos que trazem recursos adicionais que otimizam a condução do veículo, contribuindo para a redução do consumo ou permitindo extrair o melhor desempenho do motor.

Alguns câmbios contam com marchas identificadas por números, como 3, 2 e 1. Ao selecionar essas posições, a transmissão não vai além dessas marchas mais curtas. Esse recurso é importante em situações em que o freio-motor se faz necessário ou, por exemplo, para dirigir numa via alagada. 

Em alguns câmbios, essas marchas numeradas são unificadas na letra L, cuja função é exatamente a mesma.

Há carros que trazem a função S (de Sport), que normalmente é ativada por um seletor ou botão as imediações da alavanca. Nesse modo, o câmbio adota uma programação mais esportiva, fazendo as trocas em rotações mais altas para privilegiar o desempenho. 

Algumas caixas de câmbio também oferecem um modo econômico, que faz exatamente o inverso: antecipa as trocas para priorizar a redução no consumo de combustível.

Os modelos mais sofisticados trazem ainda o modo neve, que é identificado pelo sinal de floco de neve próximo ao seletor. Embora pareça ser dispensável em um país tropical como o Brasil, pode ser mais útil do que parece em situações adversas.

O modo neve altera a programação do câmbio para reduzir as chances de o carro patinar – o veículo parte da imobilidade já na segunda marcha. Essa função também é útil para tirar o veículo de um atoleiro.

Foto: Associação Lions de Proteção Veicular

Atenção às recomendações do fabricante

Apesar das dicas acima, é muito importante que o motorista consulte sempre o manual do proprietário, para conhecer exatamente as funções que estão disponíveis e as particularidades do câmbio automático, que cariam conforme o modelo do carro.

No manual estará descrita a rotina de manutenção para o sistema de transmissão dos carros automáticos. Diferentemente das caixas manuais, que raramente exigem a troca do fluído, o óleo do câmbio automático deve ser substituído periodicamente para garantir o bom funcionamento e evitar danos que exijam manutenções mais complexas ou até mesmo a sua substituição por uma peça nova.

O prazo varia de acordo com o fabricante, do tipo de câmbio e também com o tipo de uso que é feito com o veículo. Assim como no caso do óleo do motor, é importante seguir as especificações da montadora e não trocar o fluído mais caro por outro mais barato e de qualidade inferior. Como se sabe, o barato pode sair caro.

(Foto: Divulgação/Citroen)

Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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