Cientistas trabalham na gasolina sem petróleo; entenda essa história
A gasolina sem petróleo é uma alternativa ao aumento de preços do petróleo bem como a possibilidade de escassez da matéria-prima.
Muito se fala em métodos de baratear as baterias dos carros elétricos, no entanto outra alternativa que aparece no mercado com opção ao combustível tradicional é a gasolina sem petróleo, conhecida como gasolina sintética, veja os detalhes.
Gasolina sem petróleo pode ser nova alternativa ao combustível tradicional
Há tempos cientistas do segmento pensam em alternativas ecologicamente corretas e mais baratas no comparativo com o tradicional combustível derivado do petróleo.
A situação ficou mais intensificada com a possibilidade de escassez do produto, tendo em vista que a Rússia é responsável por 40% da extração do petróleo de todo mundo, junto com outros países como EUA e Arábia Saudita.
Tanto que, nos últimos meses o barril de petróleo registrou constantes disparadas de preço após o início da Guerra entre o país de Putin e a Ucrânia.
Dessa forma, alternativas de combustíveis mais rentáveis são pensadas a todo o momento. Eles precisam ser mais ecológicos que o combustível tradicional e mais baratos no comparativo com os propulsores elétricos, que ainda não ganharam força no segmento pelo alto valor necessário de investimento.
O Garagem360 já abordou soluções como o biocombustível derivado de componentes do uísque, por exemplo. No entanto, outra alternativa também ganha força, trata-se da gasolina sem petróleo, conhecida como gasolina sintética ou e-fuel.
Gasolina sintética é feita com hidrogênio e dióxido de carbono
O combustível é desenvolvido através de gases como o hidrogênio e o dióxido de carbono, ambos disponíveis na atmosfera.
Uma das empresas frente ao estudo do novo combustível é a Porsche, que através de parceria com a Siemens Energy, desenvolve a primeira planta comercial integrada do mundo focada em produzir o combustível, no Chile.
De acordo com as projeções da Siemens, na fase piloto, cerca de 130 mil litros de e-fuels serão produzidos até o início de 2022. Em duas fases adicionais, a capacidade será aumentada para cerca de 55 milhões de litros de combustíveis ecológicos por ano até 2024, e cerca de 550 milhões de litros de e-fuels até 2026.
Os outros parceiros no projeto são a empresa de energia AME e a empresa petrolífera ENAP do Chile, além da empresa italiana de energia Enel.
Com fortes expectativas e resultados promissores, a Siemens recebeu uma doação de cerca de 8 milhões de euros do Ministério Federal de Assuntos Econômicos e Energia da Alemanha, para apoiar o projeto.
Porsche pensa em utilizar o combustível em corridas
A Porsche está planejando, na primeira fase, usar os combustíveis ecológicos do Chile em projetos pilotos. Isso inclui o uso do e-fuel em veículos para os esportes motorizados da Porsche, nos Porsche Experience Centers e, possivelmente, também em carros esportivos de produção em série.
“A eletromobilidade é uma das principais prioridades da Porsche. E-fuels para carros são um complemento valioso para isso – especialmente se forem produzidos em partes do mundo onde um excedente de energia sustentável está disponível.
Esse tipo de combustível é um elemento adicional na jornada para a descarbonização.” Informa Oliver Blume, CEO da Porsche.
A montadora de carros esportivos vai começar com um investimento inicial de cerca de 20 milhões de euros no projeto.
Jornalista e especialista em comunicação empresarial, com bagagem de mais de três anos atuando ativamente no setor automotivo e premiada em 2016 por melhor reportagem jornalística através do concurso da Auto Informe. Atualmente dedica-se à redação do portal Garagem 360, produzindo notícias, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.