Chuva, neblina, embriaguez: simuladores de direção colocam futuros motoristas à prova

Após quase dois anos dos simuladores de direção tornarem-se obrigatórios em todo o país para obtenção da CNH (Carteira Nacional de Habilitação), a região Sudeste do Brasil teve 1,4 milhão de pessoas que passaram pela (nem tão nova) etapa. Aprimoramentos foram feitos na tecnologia e os benefícios concentram-se em proporcionar mais experiência ao aluno antes de enfrentar as ruas.

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No início da implementação, o simuladores dividiram opiniões. Alguns alunos até associavam essa etapa do processo com vídeo games. Entretanto, entrevistados pelo Garagem360 que atuam no setor acreditam que o recurso tecnológico auxilia no processo pedagógico. “O simulador é uma pré-prática. É uma oportunidade de fixar o conteúdo teórico aprendido e ter o primeiro contato com o carro, em ambiente seguro” acredita Sheila Borges. Ela é diretora de produtos da ProSimulador, empresa homologada pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) para fornecer o aparelho.

Sheila afirma que o aluno consegue aprender sobre o funcionamento de carro de forma mais segura, fator que interfere no aprendizado do futuro motorista. Atualmente, eles passam por cinco aulas no simulador. Nelas, de acordo com a especialista, a tecnologia pode proporcionar situações reais de perigo, com a vantagem de estar em uma simulação. “Nem sempre o aluno vai pegar uma chuva ou neblina ao volante, durante a parte prática.”

Um aprimoramento feito ao longo dos quase dois anos é a aula de alcoolemia, que simula a direção ao ingerir álcool. “Durante a experiência, o simulador distorce as imagens mostrando ao aluno como a bebida alcoólica pode afetar a visão, por exemplo”, explica Sheila. Situações como saída de aclives, peso do volante de acordo com a velocidade e aquaplanagem também estão dentre as que os alunos passam durante as simulações.

Mesmo a evolução tecnológica estando mais presente na vida das pessoas, a educadora e especialista em segurança no trânsito Roberta Torres não acredita que as aulas virtuais poderão brigar com as de rua. “Os dois próximos passos talvez sejam a inclusão de práticas para veículos com câmbio automático e também o simulador para motocicletas.”

Roberta finaliza dizendo que “a tecnologia vem para ajudar o processo pedagógico, tanto para o condutor quanto para o trânsito em geral”.

Usuários
Da nova geração de motoristas que já passou pelo simulador, há quem goste ou não da tecnologia. Apesar de ver benefícios para os iniciantes, o operador de vendas Raphael Moreira Silva acredita melhorias ainda são necessárias. Ele começou o processo de habilitação em agosto deste ano. “O ambiente virtual e os reflexos dos comandos que você faz nem sempre são imediatos. Às vezes, o carro vira muito e o tempo de frenagem não é igual ao que você pisou no freio.”

Já o cozinheiro Fabrício de Souza Marques é habilitado desde julho deste ano. Para ele, as noções aprendidas sobre sinalização e ultrapassagem valeram a pena no momento da prática. “Isso me ajudou bastante quando passei para as aulas práticas de direção.”

Ele contou também sobre a aula de alcoolemia. “Faz você repensar em ingerir bebida alcoólica se está dirigindo. A sensação que tive é a de não ter controle sobre o carro”, comenta. Sobre o que precisa ser aprimorado, Fabrício concorda com Raphael. Ele cita o exemplo da embreagem. “Diferentemente do carro real, o simulador apresenta uma aceleração alta mesmo que o aluno retire pouco o pé da embreagem.” Para ele, esse fator dificulta as aulas práticas.

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