China quer impedir prática de vender carros usados como se fossem novos para outros países

China anuncia novas regras para exportação de carros de "quilometragem zero" a partir de 2026. Entenda como a medida visa proteger a reputação das marcas e garantir o pós-venda.

O mercado automotivo global está prestes a sentir o impacto de uma nova regulação vinda da China. A partir de 1º de janeiro de 2026, o governo chinês aplicará regras rigorosas para controlar a prática dos chamados “carros usados com quilometragem zero” — veículos que saem de fábrica, são registrados, mas vendidos imediatamente como seminovos sem nunca terem rodado.

China quer impedir prática de vender carros usados como se fossem novos

Essa estratégia, que movimentou cerca de 1 milhão de unidades no mercado interno chinês em 2024, tem sido utilizada por fabricantes para desovar estoques rapidamente e recuperar capital, muitas vezes oferecendo carros impecáveis a preços reduzidos em lojas de usados.

O cenário é ainda mais expressivo no comércio exterior. Dados indicam que as exportações de veículos usados da China saltaram de 15 mil unidades em 2021 para uma estimativa de mais de 500 mil em 2025. O ponto crítico? Entre 70% e 80% desses veículos são, na verdade, carros novos de “quilometragem zero”.

China quer impedir prática de vender carros usados como se fossem novos – Foto: Freepik

Apesar de parecer um bom negócio, a prática acendeu um alerta vermelho:

  • Falta de suporte: Muitos desses veículos chegam ao exterior sem localização de software ou garantia oficial.

  • Pós-venda precário: Há um aumento nas reclamações sobre manutenção de baterias e funcionalidades técnicas.

  • Dano à marca: Especialistas afirmam que o problema não afeta apenas o exportador, mas a imagem de toda a indústria automotiva chinesa no mundo.

Nova regra: Compromisso com o consumidor

Para frear essa desordem, o Ministério do Comércio da China determinou que, a partir de 2026, qualquer veículo exportado em menos de 180 dias após o registro inicial precisará de um documento oficial de pós-venda emitido pelo fabricante.

A medida não proíbe a venda, mas exige que a marca assuma a responsabilidade pelo serviço no país de destino. O objetivo é garantir que o comprador estrangeiro tenha o mesmo nível de segurança e suporte de um veículo adquirido em uma concessionária oficial.

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Você compraria um carro importado “zero” vendido como usado se o preço fosse muito menor, mesmo sem garantia oficial? Deixe sua opinião nos comentários!

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Robson Quirino
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Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.