China está fabricando mais carros do que consegue vender; o que está por trás da crise da BYD e Tesla
A China está fabricando mais carros do que consegue vender, e a crise das grandes montadoras como a BYD e Tesla levanta suspeitas
Acredite se quiser, mas a China está fabricando mais carros do que consegue vender, e o cenário levanta questionamentos sobre a sustentabilidade do mercado de veículos elétricos. Recentemente, a BYD, uma das líderes globais de carros elétricos, cortou pelo menos um terço da produção em algumas de suas fábricas e suspendeu novos turnos de produção. Acompanhe o Garagem360 e veja mais detalhes!
Por que a BYD está reduzindo a produção de carros, mesmo com o aumento das vendas?
Entre janeiro e maio de 2025, a BYD registrou um impressionante aumento de 11% nas vendas de veículos na China, com mais de 1,15 milhão de carros vendidos.
No entanto, apesar desse crescimento, a empresa está enfrentando dificuldades para lidar com um enorme estoque de veículos não vendidos.
Com um volume crescente de carros produzidos e pouco espaço nas concessionárias, o estoque médio da marca chegou a 3,21 meses de vendas — o maior entre as montadoras chinesas.
Isso levanta uma questão importante: a BYD está vendendo mais carros do que consegue realmente colocar nas mãos dos consumidores?
Parte dessa questão pode ser explicada pela prática de autoregistro, onde os carros são registrados como vendidos, mas na realidade, permanecem no estoque, sendo contados como unidades vendidas para cumprir metas e garantir bônus substanciais.
A prática do autorregistro é comum no mercado chinês?
Sim, o autorregistro de carros é uma prática comum, especialmente entre os fabricantes que precisam atingir suas metas de vendas e exportações. Ao registrar os carros, as montadoras conseguem inflar seus números de vendas, tornando-os elegíveis para subsídios governamentais e créditos fiscais.
No entanto, esses veículos não estão, de fato, nas mãos dos consumidores, mas sim nas concessionárias, aguardando para serem vendidos como carros usados em condições de “zero quilômetro”.
Esse esquema, embora legalmente questionável, ajuda as montadoras a continuar recebendo incentivos do governo e a manter a fachada de crescimento do mercado.
Contudo, ao longo do tempo, isso pode gerar uma bolha, onde o volume de veículos registrados e não vendidos começa a causar distúrbios no mercado, levando a uma crise de excesso de produção.

Motos que dispensam CNH
O que isso significa para a Tesla e outras montadoras?
O mercado de carros elétricos na China está sendo fortemente impactado por essa situação, e a Tesla também sente as consequências.
Embora a Tesla tenha iniciado uma guerra de preços para aumentar suas vendas, a BYD seguiu o exemplo, o que gerou uma verdadeira guerra de preços entre as montadoras. Essa competição tem sido benéfica para os consumidores, mas está se aproximando de um limite crítico.
Wei Jianjun, presidente da Great Wall Motors, alertou que a indústria de veículos elétricos da China está à beira de uma crise, comparando a situação com a falência do gigante imobiliário Evergrande.
Esse cenário é preocupante para investidores e montadoras, já que muitas delas, como a BYD, enfrentam dificuldades com dívidas acumuladas e atrasos nos pagamentos aos fornecedores. A situação se complica ainda mais quando a dívida de algumas montadoras parece ser muito maior do que a inicialmente reportada.
Como o excesso de produção de carros na China afeta o mercado global?
Se a China continuar fabricando mais carros do que consegue vender, isso pode ter implicações globais. A pressão sobre os preços e o aumento da concorrência podem forçar outras montadoras, como a Tesla, a adaptar suas estratégias de vendas.
Além disso, essa prática pode influenciar a indústria de carros elétricos em outras regiões, tornando o mercado global mais volátil.
E você, o que acha sobre a situação da BYD e Tesla no mercado de carros elétricos? Acha que estamos perto de uma bolha? Comente aqui embaixo!
Formada em Administração de Empresas, Jornalismo e mestranda em Comunicação. Apaixonada por setor automobilístico, true crime e livros. Fez da escrita e produção de conteúdo sua paixão e profissão.