Chevrolet Onix, Tracker e Ford Ka: quais carros têm corrente dentada banhada a óleo?
Chevrolet Onix, Tracker Ford Ka: quais carros têm corrente dentada banhada a óleo? Veja quais modelos entram na lista.
A tecnologia automotiva está em constante evolução, e um dos componentes que gerou bastante discussão nos últimos anos é a correia dentada banhada a óleo. Presente em diversos modelos populares no Brasil, como Chevrolet Onix, Chevrolet Tracker, e alguns Ford Ka, essa solução promete maior durabilidade e eficiência, mas exige cuidados específicos.
Além disso, outros veículos, como Ford EcoSport 1.5, Fiesta EcoBoost, Ranger 2.0 Turbo Diesel e Transit 2.2 Turbo Diesel, também utilizam sistemas de sincronização que operam imersos em óleo, seja por correia ou corrente. Vamos entender o que é, como funciona e em quais desses carros você a encontra.

O Que é a Correia Dentada Banhada a Óleo (Belt in Oil – BIO)?
Tradicionalmente, os motores utilizam correias dentadas secas (expostas e feitas de borracha) ou correntes de comando metálicas (que operam imersas no óleo do motor). A correia dentada banhada a óleo, também conhecida como “correia molhada” ou “Belt in Oil (BIO)”, é uma inovação que busca unir a flexibilidade e o silêncio da correia com a durabilidade de uma corrente. Ela é uma correia feita de um material mais resistente, geralmente borracha com reforço de fibra, que trabalha imersa no óleo do motor.
Essa imersão constante no lubrificante reduz o atrito e o desgaste do componente, prolongando sua vida útil e diminuindo o ruído de funcionamento em comparação com as correias tradicionais.
Quais Carros Usam Correia Dentada Banhada a Óleo ou Corrente de Comando em Óleo no Brasil?
No Brasil, alguns dos modelos que utilizam ou já utilizaram sistemas de sincronização imersos em óleo (seja correia banhada a óleo ou corrente de comando) são:
Chevrolet Onix e Onix Plus (a partir de 2020): Os motores 1.0 aspirado, 1.0 turbo e 1.2 turbo da linha Onix e Onix Plus utilizam a correia dentada banhada a óleo (BIO). A Chevrolet tem estendido a garantia desse componente para 240.000 km, desde que as manutenções sejam feitas corretamente e com o óleo específico (ACDelco Dexos 1GEN3).
Chevrolet Tracker: Assim como o Onix, o SUV compacto Tracker, especialmente em suas versões com motores 1.0 turbo e 1.2 turbo, também emprega a correia banhada a óleo.
Ford Ka (a partir de 2014/2015): Os motores 1.0 de três cilindros da Ford, presentes no Ka (hatch e sedan), utilizam o sistema de correia banhada a óleo. Para esses modelos, a Ford também especifica um tipo de óleo muito particular, como o 5W20 sintético da Motorcraft.
Ford Fiesta EcoBoost: Os motores EcoBoost 1.0, encontrados em algumas versões do Fiesta, são notórios por empregarem a tecnologia de correia banhada a óleo.
Ford EcoSport 1.5 Dragon: O motor 1.5 de três cilindros, conhecido como Dragon, presente no EcoSport (e também na extinta linha Ka de alguns anos), também utiliza a correia banhada a óleo.
Ford Ranger 2.0 Turbo Diesel e Transit 2.2 Turbo Diesel: Diferentemente dos modelos anteriores que usam a “correia banhada a óleo”, a maioria dos motores a diesel, como o 2.0 da Ranger e o 2.2 da Transit, utiliza uma corrente de comando metálica para sincronizar o virabrequim e o comando de válvulas.
As correntes, por sua natureza, já trabalham imersas no óleo do motor, sendo essa a forma padrão de lubrificação para esse tipo de sistema, e são geralmente projetadas para durar a vida útil do motor, desde que a lubrificação seja adequada.
Vantagens e Desafios da Tecnologia
Vantagens:
- Maior Durabilidade: Por estar constantemente lubrificada, a correia banhada a óleo pode ter uma vida útil significativamente maior do que as correias secas, chegando a mais de 200.000 km em alguns casos, reduzindo a frequência de trocas.
- Menor Ruído: O banho de óleo suaviza o contato entre as peças, resultando em um funcionamento mais silencioso do motor.
- Eficiência Energética: O menor atrito contribui para uma leve melhora na eficiência do motor, o que pode refletir em um consumo de combustível ligeiramente menor e na redução de emissões.
Desafios e Cuidados:
- Óleo Correto é Fundamental: O principal ponto crítico dessa tecnologia é a necessidade absoluta de usar o óleo lubrificante exato especificado pelo fabricante no manual do veículo. Óleos fora da especificação ou de má qualidade podem degradar o material da correia, fazendo-a esfarelar.
- Custos de Manutenção: Embora a troca seja menos frequente, o custo da substituição da correia banhada a óleo costuma ser mais elevado do que o de uma correia seca, pois o processo é mais complexo e pode exigir a abertura de mais componentes do motor.
- Riscos de Contaminação: Resíduos da correia degradada podem entupir dutos e componentes internos do motor, como a bomba de óleo, causando sérios problemas e até a fundição do motor.
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.