Não são só os autônomos: o seu carro também pode ser hackeado

Se engana quem pensa que só carros autônomos superconectados podem ser hackeados. Atualmente, os carros modernos saem de fábrica com um sistema chamado OBD2

Se engana quem pensa que só carros autônomos superconectados podem ser hackeados. Atualmente, os automóveis modernos saem de fábrica com um sistema chamado OBD2, que funciona como uma central de diagnóstico. Ela coleta todos os dados do veículo e permite que eles sejam acessados pelas montadoras.

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Conheça os carros autônomos testados ao redor do mundo

Se um hacker especializado tiver acesso à entrada OBD2 (que fica localizada embaixo do painel central), é bem provável que ele consiga acessar as principais informações do carro e ainda controlar alguns de seus sistemas. “É possível manipular recursos eletrônicos, como as informações do painel, o travamento das portas e os vidros. Sistemas que dependem da parte mecânica, como o acionamento dos airbags, não podem ser acessados”, explica Fernando Amatte, gerente de segurança da informação da Cipher, empresa de segurança cibernética.

O profissional conta que, se o hacker quiser agir com más intenções, ele pode usar o sistema eletrônico para ações criminosas. “Se ele começar a iluminar avisos do painel, por exemplo, é bem possível que o motorista se assuste e pare o veículo para verificar se há algo errado. Essa situação pode ser uma oportunidade para assaltos”, comenta.

“Apesar de não ter acesso ao sistema mecânico, o hacker pode usar recursos elétricos para comprometer a dirigibilidade do carro. Nos Estados Unidos, por exemplo, um grupo de estudantes conseguiu desativar a direção elétrica de um veículo, fazendo com que o carro perdesse o controle”, conta Alexsander Tressino de Carvalho, professor de engenharia elétrica do Instituto Mauá de Tecnologia.

O professor ainda destaca que o car hacking é possível, mas ainda não é algo comum. Atualmente, boa parte dos testes são feitos apenas dentro de universidades ou empresas de segurança. Todos esses resultados devem ser usados pelas montadoras para aprimorar cada vez mais as proteções dos carros, principalmente com a chegada dos veículos autônomos, que são bem mais conectados do que os tradicionais.

“A rede de um carro funciona como a de um computador. Para não ser invadida, ela precisa ser protegida e criptografada. A boa notícia é que as principais empresas do ramo automotivo já aumentaram os investimentos em soluções de proteção”, afirma Carvalho.

Na galeria, confira os modelos autônomos que já rodam ao redor do mundo:

 

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Maria Beatriz Vaccari
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Maria Beatriz Vaccari

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