Automóveis flex precisam de atenção no inverno

Motorista deve ficar atento à manutenção do reservatório de combustível

No inverno, tão desagradável quanto levantar cedo, é girar a chave do automóvel e o motor não responder aos comandos. E não são apenas os modelos movidos a apenas um combustível que podem ter problemas para dar a partida em dias frios. Os bicombustíveis também são vítimas.

Hiromori Mori, consultor de assistência técnica da NGK, empresa especialista em ignição, afirma que a dificuldade de ligar o carro flex quase sempre está relacionada à falta de manutenção no reservatório do combustível. Além disso, o desgaste de velas e cabos de ignição contribui para o mau desempenho do automóvel durante o inverno.

“Como a vela de ignição trabalha com altas temperaturas, ela acaba tendo um desgaste natural, que nem sempre é percebido pelo motorista. Por isso, é recomendado realizar a inspeção a cada 10 mil quilômetros ou anualmente”, explica. O especialista ressalta ainda que aumento no consumo de combustível, falhas de funcionamento e elevação dos níveis de emissões de poluentes, também indicam problemas com a peça.

Outro elemento que necessita de checagem periódica – e que é bastante exigido nos dias de temperaturas baixas – é o cabo de ignição, responsável por conduzir a alta tensão produzida pela bobina (transformador) até as velas. Fora isso, os proprietários de modelos que utilizam reservatório para gasolina, o chamado tanquinho, têm de mantê-lo abastecido com gasolina nova e de boa qualidade, de preferência aditivida. A recomendação é que o combustível seja trocado a cada 90 dias.

E os cuidados não param por aí. Também é preciso que o sistema de partida a frio esteja operando corretamente e sem vazamentos. E, mesmo que o veículo tenha passado pelas revisões nos prazos recomendados pela fabricante, freios, óleos e bateria merecem atenção redobrada com a chegada do inverno – o óleo fica mais viscoso neste período e as folgas nos motores diminuem, com isso, o motorista tem mais dificuldade para dar a partida e, caso insista, acabará consumindo mais energia.

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Mudança de combustível

Por conta do preço do etanol, muitos motoristas têm optado por ele em relação à gasolina. Nestes casos, a dica do técnico de Assistência Técnica da NGK é percorrer de 10 a 15 quilômetros, antes de deixar o carro com o motor desligado por um longo período, quando houver a mudança de combustível. O especialista explica que a ação é necessária para que o sistema de controle do motor reconheça o novo combustível no tanque e reprograme a estratégia de funcionamento, inclusive durante a partida a frio.

E se o carro demorar para pegar, a recomendação é não insistir – pois isso pode encharcar as velas -, desligar o rádio e as luzes internas e aguardar cerca de 30 minutos para tentar novamente. Após o tempo de espera, o condutor precisará virar a chave até o ponto intermediário e, em seguida, completar a partida. Se mesmo assim o motor não funcionar, aí será preciso consultar um mecânico especializado e de confiança.

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Talita Morais
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