Testamos: Peugeot 208 Griffe é bom de guiar e começa em R$ 70.490
Há 20 anos, quando a Peugeot lançou o 206, ela criou um problema. O modelo tinha um design tão revolucionário que seria difícil reestilizá-lo.
O Peugeot 208 Griffe é o mais completo da linha e foi testado durante uma semana pelo Garagem360. Há ainda o esportivo GT, cuja proposta é mais exclusiva e diferenciada que a das versões “civis”. O hatch francês, nesta configuração, é equipado pelo motor de 1,6l de 122 cv de potência e era acompanhado pelo câmbio automático de seis marchas. O conjunto combina bem com o carro, que anda bem e vence subidas sem dificuldades.
Design marcante
O exterior é de fato o grande trunfo do compacto. Reestilizado discretamente em 2016, ele continua atual. Assim como seu “primo” Citroën C3 – ambos compartilham plataforma – o tempo fez bem ao 208. A filosofia de design que hoje está nos modernos 3008/5008 estrearam justamente no hatch, como é visto nos detalhes da lanterna e no i-Cockpit no interior.
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O teto panorâmico de vidro não abre, mas mesmo assim merece destaque. Ele não proporciona a mesma visão que o do C3, mas os ocupantes traseiros também conseguem ter uma vista privilegiada. Além do visual descolado, o equipamento deixa a cabine iluminada e arejada.
Interior
Entrar no 208 depois de já ter andado no 2008 dá uma sensação (boa) de déjà vu. Painel, volante, central multimídia e comandos do ar-condicionado de duas zonas são compartilhados entre os dois modelos. Até a posição de dirigir é semelhante, apesar do hatch ser mais baixo por ser um modelo urbano. A altura é ideal para quem gosta de um carro mais alto, mas não em demasia. Não é como um SUV e é menos elevada que a do C3, mas não é tão baixa quanto a do Hyundai HB20, por exemplo.
O espaço interno é bom na frente e razoável na traseira, mas nada fora da média do segmento. Se o motorista não for um jogador de basquete, cabe até quatro adultos sem aperto.
Boa dirigibilidade
A ergonomia do Peugeot é uma das referências. O volante pequeno pode dar a sensação de ser como de um brinquedo e causa estranheza no começo, mas é questão de costume. No dia a dia ele é prático para guiar e manobrar. Seu tamanho reduzido e o painel de instrumentos elevado gera uma boa visão das informações. A direção elétrica também é leve, mas fica mais firme conforme o modelo ganha velocidade.
[info_box title=”Raio-X”]Peugeot 208 Griffe 1,6l automático
Motorização: 1,6l 16 válvulas 122 cv/115 cv a 5.800 mil RPM (etanol/gasolina)
Torque máximo líquido: 16,1 kgfm/ 15,5 kgfm a 4 mil RPM (etanol/gasolina)
Transmissão: automática de seis marchas
Dimensões: 3,96 m x 1,70 m x 1,47 m (comprimento x largura x altura)
Distância entre eixos: 2,54 m
Porta-malas: 285 L
Peso em ordem de marcha: 1.153 kg
Tanque de combustível: 55 L
Consumo: 7,5 km/l com gasolina (pelo computador de bordo)
Preço: R$ 70.490
Pontos positivos: design marcante e atual, bom de guiar, bons equipamentos de série
Pontos negativos: apoio de braço não se entende com a alavanca do freio de mão, poderia ser menos ruidoso
[/info_box]Se antes os carros franceses tinham fama de terem acerto de suspensão muito macio, isso não se aplica ao 208. Ele pode até não ser tão rígido, mas é bem justo, mesmo mais voltado para o conforto. Nos buracos o modelo absorve bem as imperfeições e sua carroceria não rola em excesso nas curvas de alta.
Talvez a única falha grave do modelo seja a briga que é ocasionada entre o apoio de braço e a alavanca do freio de mão. Está claro que eles não foram projetados para viverem em conjunto e que um deles foi encaixado ali em algum momento da vida. É impossível liberar o freio de estacionamento sem desconforto. Para melhorar o problema, o ideal é levantar o apoio sempre que precisar utilizar a alavanca.
Hora da compra
Por R$ 70.490, o pacote oferecido pelo francês naturalizado porto-realense está na média do segmento. Atualmente o líder é o Volkswagen Polo, que é maior e tem o fator novidade como pontos positivos. Porém, o 208 pode agradar quem procura um carrinho compacto, com boa dirigibilidade e amplos itens de série.
Não deixa de ser uma boa compra, além de ter na gama a esportiva GT com o motor turbo THP. Para quem gosta de mais pimenta na direção, essa seria a melhor escolha. Já para quem não abre mão do conforto do câmbio automático, a Griffe 1,6l está de bom tamanho. Em todos os aspectos.