Tarifa Zero no transporte público brasileiro: estudo aponta o caminho

Estudo de UnB, UFMG e USP propõe tarifa zero no transporte público para cidades com mais de 50 mil habitantes. Custo de R$ 78 bilhões seria financiado por contribuição de R$ 255/mês de empresas com 10+ funcionários, substituindo o vale-transporte.

A gratuidade no transporte público em cidades brasileiras com mais de 50 mil habitantes pode estar mais próxima de se tornar realidade do que se imagina. Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade de São Paulo (USP) divulgaram recentemente um estudo que detalha o custo e, mais importante, a forma de financiar a tarifa zero sem a criação de novos impostos.

Tarifa Zero no transporte público brasileiro: estudo aponta o caminho

O levantamento, publicado em 26 de novembro, estima que a implementação da gratuidade em 706 cidades-alvo exigiria um investimento anual de R$ 78 bilhões.

O ponto central da proposta acadêmica é a substituição do atual sistema de vale-transporte por um modelo de contribuição empresarial. A ideia é criar um fundo que garanta a sustentabilidade da tarifa zero, alivie o orçamento das famílias e injete dinheiro na economia local.

A metodologia sugere que empresas (públicas e privadas) com dez ou mais funcionários façam uma contribuição mensal. Com uma taxa de aproximadamente R$ 255 por empregado, a arrecadação anual alcançaria cerca de R$ 80 bilhões, um valor suficiente para cobrir os custos estimados para a gratuidade do transporte coletivo.

Tarifa Zero no transporte público brasileiro - Foto: Semob
Tarifa Zero no transporte público brasileiro – Foto: Semob

 Vale destacar que essa mudança não afetaria a maioria das empresas. Estima-se que 81,5% dos empreendimentos no Brasil possuem menos de dez funcionários, ficando, portanto, isentos dessa contribuição proposta.

Impacto econômico e benefícios sociais

A implementação da tarifa zero é vista como uma medida com amplos benefícios sociais e econômicos. Estima-se que a mudança beneficie diretamente cerca de 124 milhões de brasileiros, eliminando o gasto diário individual com transporte e aumentando o dinheiro disponível para consumo local.

Os pesquisadores apontam, ainda, que o custo total da gratuidade ($R$ 78$ bilhões anuais) é significativamente inferior aos R$ 136 bilhões que o país gasta anualmente com acidentes de trânsito.

Dessa forma, a tarifa zero pode gerar um ciclo positivo:

  • Redução de Desigualdades: Aumentando a acessibilidade ao transporte.

  • Melhora Ambiental: Incentivo ao uso do transporte coletivo e potencial redução nas emissões de poluentes.

  • Segurança Viária: Diminuição no número de acidentes de trânsito.

Atualmente, a operação dos sistemas urbanos de ônibus já custa cerca de R$ 65 bilhões por ano. A diferença para o cenário de tarifa zero é coberta por um financiamento que, além de viável, traz inúmeros impactos positivos para a sociedade.

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Robson Quirino
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Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.