Pesquisa revela: 6 em cada 10 motoristas de aplicativo recusam carteira assinada
6 em cada 10 motoristas rejeitam a CLT, valorizando a flexibilidade. Descubra as principais demandas da categoria para a regulamentação, incluindo auxílio para troca de veículos e facilidade de inclusão no INSS. O futuro da "uberização" em debate.
A flexibilidade e a autonomia são os valores inegociáveis para a maioria dos motoristas de aplicativo no Brasil. Um novo levantamento do Datafolha, encomendado pela Uber, mostra que seis em cada dez profissionais não desejam ter carteira assinada no regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mesmo que a renda líquida atual fosse mantida.
6 em cada 10 motoristas de aplicativo recusam carteira assinada
A pesquisa ouviu 1.800 motoristas em todo o país, entre maio e agosto de 2025, e traça um panorama claro sobre as prioridades e demandas da categoria em meio ao debate sobre a regulamentação do trabalho por aplicativos.
Os dados indicam que a liberdade para escolher dias e horários de forma independente é o maior motivador para 93% dos motoristas. A autonomia é tão valorizada que supera os benefícios tradicionais de um emprego formal, como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o 13º salário. No total, 54% dos entrevistados não aceitariam mudar para o regime CLT se isso significasse perder essa flexibilidade.
O perfil traçado pelo Datafolha revela:
- Gênero e Idade: 92% são homens, com idade média de 40 anos.
- Sustento Familiar: 90% são chefes de família, sustentando, em média, duas pessoas.
- Fonte de Renda: Para 55%, o aplicativo é a única ou principal fonte de renda.
- Rendimento: 69% têm rendimento líquido de até dois salários mínimos.
Apesar dos rendimentos modestos, a grande maioria — 72% — deseja continuar na atividade.

As maiores preocupações e demandas de regulamentação
A informalidade, no entanto, gera insegurança. A principal preocupação para 49% dos motoristas é a manutenção do veículo, superando o medo de assalto (37%).
Para uma regulamentação que atenda aos interesses da categoria, a principal demanda é o auxílio público para renovação ou troca de veículos (52%). Outros pontos cruciais incluem:
- Regime de Custos: Considerar 75% da receita como custo operacional para fins de cobrança de impostos (83% de concordância).
- Limite de Jornada: Limitar a conexão diária na plataforma a 12 horas (76% de aceitação).
- Inclusão Previdenciária: Obrigar as plataformas a facilitar a inclusão no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para 76% dos entrevistados.
O futuro da Uberização está no STF
A indefinição jurídica sobre o vínculo empregatício gera apreensão para 56% dos motoristas. Caso o Supremo Tribunal Federal (STF), que debate o tema em um processo de repercussão geral, decida impor a carteira assinada a todos:
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50% afirmam que buscariam outra atividade autônoma.
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34% tentariam se tornar empregados nas próprias plataformas.
A decisão do STF será determinante, não apenas para a Uber, mas para outras plataformas de trabalho sob demanda, como iFood e 99Taxi, impactando o futuro das relações trabalhistas no país.
Comente abaixo! Qual regime de trabalho você prefere e qual seria a melhor forma de o governo regulamentar a atividade, garantindo direitos sem tirar sua liberdade?
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.