Carro elétrico ou a combustão: Qual desvaloriza mais?

Carros elétricos novos (-0,492%) e usados (-0,818%) desvalorizaram mais que os a combustão (-0,150% e -0,477%) em setembro, segundo o Índice Webmotors. Entenda os fatores por trás da alta depreciação dos VEs no mercado brasileiro.

A rápida ascensão dos veículos elétricos (VEs) no Brasil trouxe consigo uma nova incerteza para o consumidor: a desvalorização. Se, por um lado, o carro a combustão tem um histórico consolidado de depreciação, por outro, os elétricos enfrentam a volatilidade de um mercado em transição, com tecnologia evoluindo em ritmo acelerado.

Carro elétrico ou a combustão: Qual desvaloriza mais?

Em setembro, os dados mais recentes do Índice Webmotors indicaram uma tendência clara de maior depreciação para os veículos elétricos novos e, principalmente, usados, superando os modelos a combustão.

O levantamento de setembro de 2025 mostrou que, na média, os carros elétricos novos e usados estão perdendo valor mais rapidamente do que seus equivalentes a combustão:

Categoria Desvalorização em Setembro
Elétricos 0KM -0,492%
Combustão 0KM -0,150%
Elétricos Usados -0,818% (maior queda entre todas as categorias)
Combustão Usados -0,477%

Os dados demonstram que a desvalorização dos elétricos novos (-0,492%) foi significativamente maior que a dos combustão novos (-0,150%) no mês.

Carro elétrico ou a combustão: Qual desvaloriza mais? - Foto: Montagem/ Garagem360
Carro elétrico ou a combustão: Qual desvaloriza mais? – Foto: Montagem/ Garagem360

Ainda mais notável é a diferença no mercado de segunda mão: o índice de elétricos usados registrou a maior queda geral, com -0,818%. Embora esse número represente uma recuperação em relação a agosto (quando atingiu -1,474%), ele reforça a pressão sobre os preços desses modelos no mercado secundário.

Por que a desvalorização é diferente?

A desvalorização mais acentuada dos carros elétricos usados é um fenômeno esperado em mercados emergentes de eletrificação, como o Brasil, e é causada por múltiplos fatores:

  1. Evolução Tecnológica Rápida: O surgimento constante de novos modelos com baterias maiores, maior autonomia e capacidade de recarga mais rápida faz com que os modelos de apenas dois ou três anos pareçam “ultrapassados”. O medo da obsolescência tecnológica reduz o valor de revenda.
  2. Volatilidade dos Preços Zero-KM: A intensa concorrência, especialmente com a chegada de marcas chinesas com políticas de preços agressivas, força as montadoras a baixarem o preço de seus carros zero-quilômetro, o que, por efeito cascata, derruba o valor dos usados.
  3. Incerteza sobre a Bateria: A bateria é o componente mais caro do VE. O consumidor do mercado de usados teme o custo de uma eventual substituição e a degradação da capacidade da bateria ao longo do tempo.
  4. Taxas de Importação: Historicamente, muitos elétricos foram importados com isenções de impostos. A mudança nas regras de taxação em 2024 também cria incerteza sobre a formação de preço dos próximos lotes, afetando os modelos já emplacados.

Híbridos em busca de estabilidade

O segmento de veículos híbridos também apresentou números interessantes. Os híbridos zero quilômetro registraram uma desvalorização de -0,149%, mantendo-se em patamar similar ao dos modelos a combustão novos. Já os híbridos usados apresentaram uma queda mais acentuada, com -1,019%, indicando que, apesar de estarem mais protegidos da obsolescência total (graças ao motor a combustão), eles ainda sofrem uma pressão considerável no mercado de segunda mão.

O CEO da Webmotors, Eduardo Jurcevic, interpreta os dados como um sinal de mercado em transição, destacando que a desvalorização dos elétricos usados pode representar oportunidades para compradores finais, sinalizando uma possível estabilização do segmento após ajustes iniciais de preço.

Com os elétricos usados desvalorizando mais de 0,8% em setembro, você vê uma chance de fazer um bom negócio ou prefere a segurança dos modelos a combustão? Comente qual tipo de motorização você compraria hoje e por quê!

 

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Robson Quirino
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Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.