Honda repensa estratégia de carros elétricos após prejuízos bilionários
A Honda repensa sua estratégia para veículos elétricos após prejuízo de quase US$ 800 milhões. Descubra por que a "Power of Dreams" está desacelerando e como as tarifas dos EUA impactaram suas finanças.
A gigante automotiva japonesa Honda está freando seus planos para veículos elétricos (VEs) após registrar um prejuízo de cerca de US$ 780 milhões (cerca de R$ 4,2 bilhões) no primeiro trimestre do ano fiscal de 2025-2026. A empresa admitiu que errou no desenvolvimento desses modelos e que a rentabilidade tem sido um desafio global, levando a uma profunda reavaliação de sua estratégia.
Honda repensa estratégia de carros elétricos após prejuízos bilionários
O diretor executivo da Honda, Eiji Fujimura, reconheceu publicamente que os resultados dos VEs estão “abaixo do planejado inicialmente” e que a empresa não está “otimista” em relação ao futuro imediato do setor. Como resultado, a montadora adiou investimentos em uma nova fábrica no Canadá, embora a Série 0 de VEs ainda esteja planejada para chegar aos EUA em 2026.
Nos Estados Unidos, a Honda enfrenta um cenário complexo. Para conseguir vender o Honda Prologue e o Acura ZDX, a empresa precisou gastar uma média de US$ 12.000 e US$ 21.000 por veículo, respectivamente, em incentivos. Esses gastos foram necessários para compensar a perda de incentivos fiscais federais e a desaceleração da demanda por VEs.
Na China, o cenário é ainda mais difícil. A Honda não tem conseguido competir com as marcas locais, que oferecem carros elétricos mais baratos e com tecnologias mais avançadas de conectividade. A linha de VEs da Honda foi considerada cara demais e carente de recursos essenciais para o consumidor chinês, que está acostumado com um mercado altamente competitivo.
Tarifas e o impacto financeiro
Além dos desafios com os VEs, a Honda também teve que lidar com um prejuízo de cerca de US$ 861 milhões no lucro operacional devido às tarifas de importação dos EUA. No entanto, um novo acordo comercial entre os governos japonês e americano, que reduziu as tarifas de 25% para 15%, é visto como um alívio.
A Honda projeta uma economia de US$ 1,38 bilhão em tarifas, o que deve amenizar parte do impacto financeiro.
Apesar dos contratempos, a Honda, conhecida pelo seu lema “Power of Dreams”, continua a buscar um novo rumo para sua jornada no mercado de VEs, mas agora com uma abordagem mais cautelosa e realista diante dos desafios globais.
Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.
