Ninguém escapa: Ford prevê que tarifas de Trump custarão R$ 9 bilhões este ano
A Ford prevê que as tarifas de Trump custarão R$ 9 bilhões este ano. Entenda o impacto no lucro e a nova estratégia de regionalização da montadora para enfrentar a crise.
A guerra comercial não poupa ninguém, e a gigante automobilística Ford é mais uma prova disso. A empresa americana espera que o impacto das tarifas comerciais implementadas pelo ex-presidente Donald Trump custe cerca de £ 1,5 bilhão (aproximadamente R$ 9 bilhões) neste ano.
O alerta veio em meio à divulgação de seus resultados financeiros do segundo trimestre, onde a Ford registrou um prejuízo líquido de US$ 36 milhões, apesar de uma receita recorde de US$ 50,2 bilhões (cerca de R$ 79 bilhões).

Ford prevê que tarifas de Trump custarão R$ 9 bilhões este ano
Embora parte da perda da Ford no trimestre seja atribuída ao cancelamento de um projeto de veículo elétrico de US$ 1,9 bilhão, as tarifas impostas às importações para os EUA já resultaram em um pagamento adicional de US$ 800 milhões em impostos apenas no segundo trimestre. Isso é notável, considerando que a Ford fabrica a maioria de seus carros nos Estados Unidos.
O problema reside na cadeia de suprimentos global da Ford. Grande parte do alumínio, aço e peças utilizados na fabricação de seus carros nos EUA é importada de países como Canadá e México. Quando esses materiais cruzam a fronteira, as tarifas de Trump são aplicadas, elevando os custos de produção da montadora.
Com as tarifas permanecendo em vigor por mais tempo do que o previsto, a expectativa é que os custos continuem a subir. A projeção atual de US$ 2 bilhões é um aumento significativo em relação à estimativa de US$ 1,5 bilhão feita pela Ford em março.
Regionalização como estratégia de sobrevivência
Jim Farley, chefe da Ford, sinalizou que a empresa adotará uma abordagem cada vez mais regionalizada no futuro para mitigar os impactos das tarifas e outras dinâmicas globais.
Embora ele veja “muitas vantagens” nas negociações em andamento com o governo dos EUA para garantir tarifas mais baixas, Farley também expressou preocupação com o recente acordo que reduziu as tarifas sobre o Japão de 25% para 15%. Isso poderia dar aos rivais japoneses uma vantagem de custo “significativa”.
Farley destacou que o aumento no uso de tarifas, juntamente com a divergência na adoção de veículos elétricos e nas regulamentações de emissões em diferentes países, levará a Ford a adaptar suas operações. A Ford já possui uma forte presença de produção na Europa, e sua linha de produtos lá já difere consideravelmente da dos EUA.
“Vemos cada vez mais a Europa, a América do Norte e a Ásia se tornando uma espécie de empresas regionais, com tarifas alinhadas para essas três ou quatro regiões”, disse Farley, classificando essa mudança como “bastante fundamental”.
A regionalização, nesse contexto, significa adaptar a produção e a linha de produtos para atender às especificidades de cada mercado, minimizando a dependência de cadeias de suprimentos globais vulneráveis a tarifas e flutuações geopolíticas.
As tarifas comerciais estão prejudicando a indústria automobilística global. Você acredita que a regionalização da Ford é a melhor saída? Deixe sua opinião nos comentários!
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.