Briga de gigantes: Toyota, GM, Volkswagen e Stellantis se unem contra carros chineses montados no Brasil; o que está por trás dessa briga?
Toyota, GM, Volkswagen e Stellantis alertam sobre os impactos dos carros chineses montados no Brasil. Entenda os motivos dessa união
A indústria automotiva brasileira está passando por um momento de tensão. Toyota, GM, Volkswagen e Stellantis — gigantes do setor — se uniram em uma carta para alertar o governo sobre a iminente ameaça dos carros chineses montados no Brasil.
Essas empresas já consolidadas no país temem os impactos que a aprovação de incentivos fiscais para veículos semidesmontados e desmontados trará ao mercado. Acompanhe o Garagem360 e saiba mais!
Por que Toyota, GM, Volkswagen e Stellantis se preocupam com os carros chineses no Brasil?
O principal motivo dessa preocupação está no pedido da BYD, que busca reduzir impostos sobre os kits de carros híbridos e elétricos (SKD e CKD) importados da China.
O objetivo é facilitar a montagem desses veículos no Brasil e aumentar a competitividade da marca no mercado brasileiro. No entanto, os maiores players da indústria automotiva nacional não veem isso com bons olhos.
A carta conjunta dessas gigantes automobilísticas, enviada diretamente ao presidente Lula, destaca que a importação de carros desmontados pode prejudicar a indústria nacional de autopeças e resultar em menos empregos no Brasil.
Segundo elas, ao invés de ser um processo temporário, a prática pode se consolidar, afetando a geração de valor agregado e comprometendo a tecnologia e inovação local. Em um momento de investimentos milionários para fortalecer a indústria, a chegada de modelos chineses poderia representar um retrocesso.
O que está em jogo na disputa pelos carros montados no Brasil?
A princípio, a preocupação com os carros chineses não é apenas econômica, mas também estratégica. Abaixo, destacamos os principais pontos que estão sendo debatidos entre os fabricantes brasileiros e as autoridades:
- Aumento do desemprego: Menos fabricação local significa menos empregos diretos e indiretos no Brasil.
- Desigualdade de condições: As marcas brasileiras acreditam que a redução de impostos para carros importados de outros países cria uma distorção de mercado.
- Dependência tecnológica: As fabricantes locais alertam para a perda de inovação e controle sobre os processos produtivos do setor automotivo.
- Perda de competitividade: A entrada massiva de carros chineses pode colocar em risco os investimentos feitos pelas marcas que já operam no Brasil, afetando diretamente a produção de autopeças.
O que o governo brasileiro fará frente a essa pressão das montadoras?
Na próxima reunião do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex), marcada para o dia 30 de julho de 2025, a proposta da BYD será discutida.
A marca chinesa busca uma alíquota fixa de 10% para os kits SKD e 5% para os kits CKD até 2028, o que poderia facilitar sua operação no Brasil. A redução de impostos é defendida como uma medida para estimular a produção nacional de veículos híbridos e elétricos, além de gerar novos postos de trabalho no país.
Mas será que o governo cederá à pressão? Com um mercado automotivo em plena transformação e a presença crescente de marcas chinesas, o próximo movimento das autoridades pode mudar a configuração do setor no Brasil.
O que as chinesas estão fazendo no Brasil?
Com o avanço da BYD, outras marcas chinesas também estão de olho nas oportunidades que o mercado brasileiro oferece. Omoda & Jaecoo, Zeekr/Lynk & Co, e a Geely (com seus carros montados pela Renault) já planejam sua entrada no país, com a GWM iniciando a montagem de carros no Brasil em breve.
Esses movimentos têm gerado receios nas fabricantes tradicionais, que enxergam na chegada dos carros chineses um risco para sua participação no mercado.
E você, o que acha dessa disputa entre as montadoras? Deixe sua opinião nos comentários sobre sua visão sobre o futuro da indústria automotiva no Brasil!
Formada em Administração de Empresas, Jornalismo e mestranda em Comunicação. Apaixonada por setor automobilístico, true crime e livros. Fez da escrita e produção de conteúdo sua paixão e profissão.