Stellantis, dona da Fiat, desiste de desenvolver carros a hidrogênio
A Stellantis, dona da Fiat, anuncia o fim do desenvolvimento de carros a hidrogênio, focando em elétricos e híbridos devido à falta de infraestrutura e altos custos. Entenda os motivos e a tendência do mercado.
A Stellantis, conglomerado automotivo que engloba marcas renomadas como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, anunciou o fim do desenvolvimento de veículos movidos a células de combustível de hidrogênio. A decisão marca uma mudança estratégica significativa, com a empresa cancelando o lançamento de suas vans médias e pequenas a hidrogênio e realocando as equipes de pesquisa e desenvolvimento para outros projetos.
Stellantis, dona da Fiat, desiste de desenvolver carros a hidrogênio
A principal razão citada pela Stellantis para o abandono do hidrogênio é a falta de demanda por esse tipo de combustível. Fatores como a escassez de infraestrutura de abastecimento e os altos custos associados à tecnologia foram determinantes. A empresa não prevê uma adoção mais ampla de vans movidas a hidrogênio antes da década de 2030, no mínimo, o que inviabiliza o alto investimento necessário para desenvolver e construir esses veículos.
Jean-Philippe Imparato, diretor de operações da Stellantis para a Europa, foi enfático ao declarar: “O mercado de hidrogênio continua sendo um segmento de nicho, sem perspectivas de sustentabilidade econômica a médio prazo”.
Diante desse cenário, a Stellantis irá reorientar seus esforços para veículos híbridos e elétricos, buscando atender às “exigentes regulamentações de CO2 na Europa“. A boa notícia é que, apesar da mudança de planos, os funcionários das fábricas de Hordain, na França, e Gliwice, na Polônia, que seriam responsáveis pela construção das vans a hidrogênio, não serão demitidos.
Tendência no Setor Automotivo
A Stellantis não está sozinha nessa decisão. Outras grandes montadoras também estão repensando seus investimentos em hidrogênio. Recentemente, a BMW manifestou que está considerando não trazer seu primeiro carro com célula de combustível para o Reino Unido quando for lançado em 2028, citando a falta de infraestrutura como um dos principais motivos.
Jürgen Guldner, chefe do projeto de veículos movidos a hidrogênio da BMW, afirmou: “Esperamos sinceramente que a infraestrutura se desenvolva ainda mais, porque agora o Reino Unido não está em uma condição em que [o lançamento] faria sentido.”
Em fevereiro, a Hyvia, joint venture de vans de hidrogênio da Renault, também entrou em liquidação devido a desafios de infraestrutura e altos requisitos de investimento. Essa série de movimentos sugere uma consolidação no mercado de veículos alternativos, com o foco se voltando cada vez mais para as soluções elétricas a bateria e híbridas, pelo menos no curto e médio prazo.
Qual sua opinião sobre a decisão da Stellantis de abandonar o hidrogênio e focar em veículos elétricos e híbridos?
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.