Depois do grande fracasso da picape, Tesla passa a aceitar Cybertruck como troca
Entenda os motivos pelos quais o Cybertruck tem sido deixada de lado pelos compradores; veja todos os detalhes
Lançada como uma revolução sobre rodas, a Cybertruck prometia ser o divisor de águas da Tesla no segmento de picapes. Seu visual futurista, com linhas retas e acabamento em aço inoxidável, dividiu opiniões desde o início.
Mas, gostando ou não, era impossível ignorar a proposta ousada de Elon Musk. Com desempenho de superesportivo, tração integral e tecnologia de ponta, o modelo chegou ao mercado com fila de espera de mais de um milhão de reservas. Só que, aos poucos, o brilho do lançamento deu lugar a uma realidade mais dura.
Quantidade de recalls desanimou interessados no Cybertruck
Apesar do impacto inicial, a picape elétrica viu sua demanda despencar em poucos meses. Estima-se que apenas cerca de 40 mil unidades foram efetivamente vendidas, o que representa menos de 5% das reservas feitas. E a Tesla já começou a agir para tentar conter a queda.
Um dos principais problemas apontados pelos próprios consumidores foi a quantidade de recalls, indicando falhas relevantes no projeto ou na montagem do veículo. Isso compromete a confiança de quem investe alto em um carro com proposta premium.
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Depreciação acelerada é outro grave problema
Mas não é só isso. O fator que mais pesou na decisão de muitos clientes em desistir da compra foi a depreciação acelerada do modelo.
Enquanto uma picape tradicional costuma perder em torno de 20% do valor no primeiro ano, o Cybertruck pode desvalorizar até 45% no mesmo período, segundo o portal Electrek. Esse número assusta qualquer investidor, especialmente em um carro com preço elevado e tecnologia ainda em maturação.
Como a Tesla pretende virar o jogo?
A própria Tesla percebeu o problema e mudou de postura. Inicialmente, a marca não aceitava o Cybertruck como parte do pagamento em novas negociações. A decisão gerou dúvidas e especulações, mas agora a empresa passou a permitir trocas envolvendo o modelo. Isso mostra que o alerta sobre o valor de revenda do veículo realmente estava no radar da montadora.
A mudança tem um objetivo claro: tentar destravar o mercado secundário. Muitas revendas estavam evitando pegar a picape elétrica justamente porque sabiam da dificuldade para revendê-la com lucro.
Agora, com a possibilidade de troca direta com a Tesla, a tendência é que mais compradores se sintam encorajados a dar uma chance ao modelo, sabendo que há ao menos uma via de saída viável.
Mesmo com a queda de procura, a Cybertruck ainda chama atenção pela proposta fora do padrão e pela força de marca da Tesla. Mas fica claro que inovação por si só não garante sucesso.
Em um mercado tão competitivo, onde a confiança do consumidor pesa tanto quanto o desempenho do carro, a Tesla terá que ajustar sua estratégia se quiser fazer da picape elétrica um verdadeiro sucesso comercial — e não apenas um fenômeno de mídia.
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