Mercedes-Benz vende quase 200 ônibus elétricos para a prefeitura de São Paulo e recebe “calote” de R$ 300 milhões
Mercedes-Benz vende quase 200 ônibus elétricos para a prefeitura de São Paulo e recebe "calote" de R$ 300 milhões. Entenda a confusão.
A Mercedes-Benz vendeu 200 ônibus elétricos para a prefeitura de São Paulo, mas agora enfrenta um “calote” de R$ 300 milhões, valor total do contrato, devido à incapacidade da concessionária Enel de fornecer a energia para carregar os veículos nas garagens. Entenda!
Mercedes-Benz vende quase 200 ônibus elétricos para a prefeitura de São Paulo e recebe “calote” de R$ 300 milhões
Os chassis dos ônibus elétricos modelo eO500U foram produzidos entre agosto de 2024 e fevereiro de 2025, atendendo uma encomenda da prefeitura para a renovação da frota e avanço da eletrificação do transporte público.
No entanto, uma cláusula contratual impede o pagamento integral até que os veículos estejam efetivamente circulando e servindo à população.
Em nota oficial, a Mercedes-Benz confirmou a pendência financeira: “A empresa, até o momento, não recebeu integralmente os valores correspondentes”.
A montadora afirma ainda já ter oferecido um ajuste à prefeitura para melhorar o sistema de subvenção e, dessa forma, acelerar a operação.
“A empresa acredita que estes ajustes são fundamentais para viabilizar a transição energética de forma mais eficiente, contribuindo para o avanço da eletromobilidade na cidade”, disse em nota.
A Prefeitura de São Paulo, por sua vez, joga a responsabilidade para a concessionária de energia. Em comunicado, o órgão municipal alega que “aguarda que a Enel assuma suas responsabilidades e viabilize a infraestrutura necessária”.
Além disso, a prefeitura reforça seu compromisso com a redução da poluição causada pela frota de ônibus, que, segundo dados oficiais, é responsável por 47% das emissões de poluentes na capital. Desde 2022, a circulação de novos ônibus a diesel está proibida na cidade.
Atualmente, a frota elétrica em operação em São Paulo conta com 527 ônibus. A prefeitura lamenta que esse número “poderia ser muito maior se a Enel estivesse cumprindo com sua obrigação de fornecer energia nas garagens para o carregamento dos ônibus”.
O que diz a Enel
A Enel Distribuição São Paulo se defende, afirmando ter “entregue, desde 2024, infraestrutura com capacidade correspondente a 32,3 MW”.
A concessionária esclarece que a obra de infraestrutura externa das garagens é de sua responsabilidade, seguindo critérios regulatórios, enquanto as obras internas para adaptação das garagens são de responsabilidade dos operadores de transporte.
Ainda segundo a empresa, são realizadas reuniões semanais com as companhias de transportes e representantes da SPTrans para solucionar dúvidas e acompanhar o andamento dos projetos.
Enquanto as partes não chegam a uma solução, a Mercedes-Benz não recebe os R$ 300 milhões e só deve ver a “cor do dinheiro” quando o processo contratual estiver completo, o que não depende dela.
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.