Conheça os principais tipos de motor de carro e saiba como funcionam 

Ao longo do tempo, os carros já foram equipados com vários tipos de motor. Conheça os tipos de motor de carro mais usados na atualidade.

Ao longo do tempo, os carros já foram equipados com vários tipos de motor. Num passado distante, chegaram a receber motores a jato, como nos aviões. Atualmente, são os motores de quatro tempos os mais presentes nos automóveis, variando em características como a quantidade e a disposição dos cilindros.

Com a ajuda de especialistas da Tecfil, fabricante de filtros automotivos com sete décadas de presença no mercado, esclarecemos tudo a respeito dos motores automotivos.

Saiba como funcionam os diversos tipos de motor de carro

Motor de carro (Foto: Shutterstock)

As possibilidades são várias: os motores podem ser de dois tempos, a jato, podem ser motores de ciclo Otto, de ciclo Diesel, Wankel ou até mesmo podem estar associados a uma bateria que gera eletricidade – como acontece nos novos carros elétricos. Nos tempos atuais, são os motores de ciclo Otto e de ciclo Diesel que predominam no cenário urbano.

Ambos podem ser considerados motores de quatro tempos. Eles precisam dos mesmos elementos para funcionar: do ar, do combustível e de um gatilho para a explosão. O Otto utiliza combustíveis como gasolina e etanol e seu gatilho é promovido pela vela – peça responsável por soltar uma faísca e gerar a explosão.

O segundo, como indica o nome, utiliza o diesel e sua explosão é gerada não por uma outra peça, mas pela própria compressão dos gases dentro dos cilindros, somada à alta temperatura dos motores.

Mesmo dentro dessas duas opções principais (de ciclo Otto e Diesel), existem várias características secundárias, mas não menos importantes, que se alteram de modelo para modelo de carro. 

Um exemplo é a quantidade de cilindros que um automóvel possui, e de que forma esses cilindros do motor estarão dispostos: se em linha reta ou em “W”, por exemplo.

Como funciona um motor de combustão interna

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Motor 1.5 da Honda (Foto: Divulgação/Honda)

Para entender como funciona um motor de quatro tempos, principal tipo presente nos veículos hoje, é importante falar antes sobre o que é combustão interna. 

Apesar de ser alvo de críticas por gerar gases poluentes, a combustão continua sendo uma das principais formas de gerar a energia necessária para fazer o carro rodar nas estradas.

A combustão, ou queima, é um processo químico que exige três componentes que se combinam: calor, oxigênio e combustível. Nas locomotivas a vapor, por exemplo, movidas por um motor de combustão externa, a queima do combustível ocorre fora dos compartimentos que produzem o movimento (cilindros).

Já nos motores de combustão interna, essa reação química acontece dentro dos cilindros. Para isso é necessário um conjunto de peças mecânicas e elétricas para produzir a queima dessa mistura de ar e combustível e gerar expansão. Tudo isso no interior de cilindros fechados.

Entenda o que é o motor de quatro tempos

O motor de quatro tempos é um propulsor de combustão interna. Para realizar essa combustão, ele cumpre quatro etapas básicas.

  1. Admissão, em que a mistura de ar e combustível é inserida no cilindro pelas válvulas de admissão; 
  2. Compressão, quando o pistão sobe e comprime a mistura (dentro do cilindro); 
  3. Explosão, com o gatilho da vela (nos motores de ciclo de Otto) ou da própria pressão e temperatura (nos de ciclo Diesel); 
  4. Expansão, com o pistão descendo e retornando à sua posição original.

Todas essas fases combinadas geram movimento no final, que é transferido para as mais diversas peças do veículo: desde o câmbio até as rodas, possibilitando que o carro se movimente. Essa queima de combustível gera gases muitas vezes poluentes (como o CO2), que saem do veículo pelo escapamento.

Esse mecanismo se repete várias vezes conforme o veículo se move – é por isso que esse conjunto de ações é considerado um ciclo.

Conheça os tipos de motor de carro de acordo com os cilindros

Motor V8 da picape Ram Classic (Foto: Divulgação/Stellantis)

Normalmente, os motores podem ser construídos com um ou mais cilindros. Motores monocilíndricos são empregados em implementos agrícolas, motonetas e pequenas lanchas. Os policilíndricos, com 4, 6, 8, 10, 12 ou até mais cilindros, destinam-se a automóveis, locomotivas, navios e aviões.

Os cilindros podem ser agrupados de várias formas:

  • Motor em linha (ou vertical) – neste tipo de motor de carro, os cilindros estão dispostos em uma linha reta. São reconhecidos por ocupar menos espaço e, por essa razão, acabaram ficando muito ligados a carros menores. O seu outro nome, “vertical”, é dado pelo fato de os pistões ficarem em pé.
  • Motor em “V” – esse nome também está muito relacionado à visão que se tem ao observar o motor de frente. Os seus cilindros estão posicionados em “V”, com um ângulo mais agudo sendo formado entre eles. E são vários os tipos dentro dessa mesma categoria: podem ser V6, V8, V12, variando, é claro, conforme a quantidade de cilindros.
  • Motor em “W” – nesse tipo de motor, a disposição de cilindros é quase a mesma do que em V. Mas duplicada. Assim, sua potência e desempenho são mais elevados. Os carros que são equipados com motor em “W” são mais caros, principalmente em função do custo da montagem.
  • Motor boxer – o motor boxer está muito presente nos modelos de carros esportivos. Já vimos que os motores em linha também são chamados de “motor vertical”, justamente pela posição dos cilindros. Os cilindros do motor boxer, ao contrário, são posicionados em uma linha deitada, horizontal. 

Conheça os tipos de motor de carro de acordo com o volume

Motor 1.0 do Fiat Pulse (Foto: Divulgação/Stellantis)

Não é porque os motores têm um tamanho maior que, necessariamente, seu desempenho também será mais elevado. Afinal, o chamado “downsizing” possibilitou que motores de menor volume fossem tão potentes quanto outros de capacidades maiores. No entanto, normalmente, tamanho aqui costuma ser documento!

As possibilidades são várias.  Confira algumas delas:

  • Motor 1.0 – este tipo de motor é como uma ‘faca de dois gumes’. Afinal, ele consome pouco combustível, mas também produz uma potência reduzida. Por causa disso, está presente, normalmente, em carros mais populares, e seu preço costuma ser mais acessível.
  • Motor 1.4 – também costuma equipar carros mais econômicos, apresentando algumas vantagens em relação ao motor 1.0. Entre elas, podemos citar a possibilidade usar o ar-condicionado sem comprometer o desempenho – algo que, no 1.0, geralmente diminui muito a potência.
  • Motor 1.6 – entramos, aqui, em um tipo de motor menos acessível. Afinal, mesmo que o carro em si não seja tão mais caro, no dia a dia o motorista vai perceber que o gasto com combustível é mais alto. O motor 1.6 tem mais cilindros, o que acaba possibilitando que sua velocidade seja maior.
  • Motor 1.8 – esse tipo consome bastante combustível e já está presente em modelos de melhor desempenho. Quem decide adquirir um veículo com motor 1.8 podem usá-lo para fazer viagens mais longas, desfrutando da potência nas estradas.
  • Motor 2.0 – costuma ter um espaço interno maior, além de ser mais tecnológico. Este é definitivamente o tipo de motor com o maior consumo de combustível por quilômetro rodado, entre os aqui apresentados. Mas é também é o que gera mais potência. O motor 2.0 propicia ao carro atingir altas velocidades e proporciona ultrapassagens com mais facilidade.

Motor de carro (Foto: Shuttestock)

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Paulo Silveira Lima
Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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