Locadoras se posicionam sobre venda de carros seminovos e usados

A comercialização de carros seminovos está longe de causar impacto no mercado de compra e venda de veículos, afirma associação das locadoras.

A desmobilização de ativos, que no caso das locadoras são seus carros seminovos, está longe de causar impacto no mercado brasileiro de compra e venda de veículos. Essa é a avaliação da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla), perante ao fato de que as vendas das locadoras representaram menos de 2,5% do total de carros seminovos e usados comercializados em todo o ano de 2021 no País.

O mercado de seminovos e usados fechou 2021 com 11,2 milhões de unidades negociadas, conforme estatísticas da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto). “Enquanto isso, as locadoras desmobilizaram, no máximo, 250 mil seminovos ao longo do ano passado”, compara o presidente do Conselho Nacional da Abla, Marco Aurélio Nazaré.

Locadoras rebatem a crítica de que atrapalhariam o mercado de carros seminovos e usados

A Kinto, empresa de mobilidade da Toyota, agora oferece o serviço de assinatura de carros seminovos no mercado nacional

Imagem ilustrativa (Foto: Divulgação)

“A imagem de que o setor de locação atrapalha o mercado de compra e venda, ou mesmo que traz impactos no preço dos veículos dos proprietários no varejo, não sobrevive a uma análise mais profunda dos números envolvidos”, afirma Nazaré. 

A associação aponta ainda que cerca de 50% dos seminovos das locadoras são desmobilizados diretamente para as próprias concessionárias ou para lojistas especializados na venda de usados.

Conforme a Abla, a procedência dos veículos é uma vantagem dos seminovos de locadoras. “No caso das empresas de locação, todos os carros são vendidos com a nota fiscal de fábrica”, pontua o executivo. “Isso assegura ao comprador que se trata de veículo de único dono, no caso a locadora, e que não existe risco em relação à origem do bem que ele está comprando”.

Confiabilidade

(Foto: Reprodução internet)

O conselheiro gestor da associação, Paulo Miguel Junior, observa que, quando o mercado de seminovos e usados começa a apresentar dificuldades de liquidez, com pátios mais cheios, a desmobilização dos ativos das locadoras vira alvo de ataques e de especulações. “Cresce a propagação de argumentos frágeis, inclusive sobre uma rejeição que não mais existe quando se fala em carros de locadoras”.

Miguel Júnior acrescenta que, com a profissionalização crescente em uma quantidade cada vez maior de empresas de locação, é natural que os carros passem pela manutenção periódica dentro dos intervalos prescritos pelos fabricantes. “E, se o carro da locadora está bem conservado e com as revisões em dia, não há mais por que depreciá-lo”.

Segundo o conselheiro gestor da associação, existe “um padrão de qualidade nos procedimentos durante a vida útil do veículo, desde a fase de locação até a preparação para a desmobilização”.

Para Paulo Miguel Júnior, há, também, uma conscientização crescente por parte dos clientes em relação ao uso apropriado dos carros. “Inclusive porque, nos contratos, são estabelecidas condições que geram despesas ao locatário em caso de utilização inadequada do bem”, ressalta.

Veja dicas para não cair em golpes na hora de comprar um seminovo

Imagem ilustrativa (Foto: Pixabay)

Paulo Silveira Lima
Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

ASSISTA AGORA