Ecodriving vai além da direção

Prática envolve desde a compra de carros até o descarte ecológico de componentes

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Método do ecodriving ainda não é muito conhecido no Brasil | Foto: Divulgação

Em uma época na qual que a preocupação com o meio ambiente é cada vez maior, o termo ecodriving começa timidamente a figurar no vocabulário dos motoristas, inclusive dos brasileiros. A condução que leva em conta os impactos ambientais do carro ainda é um mistério para muitos, mas o Garagem 360 explica o que é e como você pode se tornar um adepto.

Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) em 2013 aponta que 63% da poluição na capital paulista é proveniente do uso de carros, caminhões e ônibus. Outro levantamento, também feito na metrópole e no mesmo ano, pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade, com participação da USP, mostra que os automóveis movidos a combustíveis fósseis são responsáveis por 95% da poluição atmosférica. A mesma análise ainda afirma que a cidade registra 4.655 mortes por ano decorrentes de doenças cardiorrespiratórias. O montante é três vezes maior do que as causadas por acidentes de trânsito (1.556). No estado, o número pula para 15 mil.

Para Silvio Shizuo, engenheiro mecânico e professor no Centro Universitário da FEI, há uma razão bem simples para o Brasil ainda não ter, de fato, descoberto o ecodriving. “Ele pode se tornar realidade por aqui. Mas, para isso, é preciso que haja investimentos em divulgação e conscientização”. Segundo ele, a população precisa ser melhor informada sobre os benefícios desta prática.

Traduzido para o português, a técnica significa “condução ecológica”. Ou seja, trata-se de uma maneira de dirigir e utilizar o veículo de forma a proporcionar o menor dano ambiental possível. É importante lembrar que o termo não se resume a apenas conduzir pensando na natureza. Na verdade, ele está ligado a tudo o que relaciona direção à sustentabilidade.

Sendo assim, envolve desde a compra do automóvel com o selo verde do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) até a manutenção adequada e o uso de componentes que não agridem o meio ambiente. O descarte correto de lubrificantes, pneus e outros produtos, bem como o modo de condução, o que inclui não dar voltas desnecessárias, ligar o motor apenas na hora de sair e desligar quando for ficar um tempo parado, usar o ar-condicionado somente quando for necessário, respeitar os limites de velocidade, verificar a pressão dos pneus, não frear bruscamente e nem ficar dando aceleradas à toa e usar combustível de qualidade também entram na lista.

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Catalisadores em bom estado ajudam a amenizar efeitos dos gases tóxicos | Foto: Divulgação

Catalisador

Uma das peças mais importantes instaladas no carro para ajudar a amenizar os gases poluentes é o catalisador, responsável por transformar os gases tóxicos provenientes da queima do combustível em gases menos prejudiciais. De acordo com Henrique Pereira, engenheiro mecânico da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil), a peça é eficiente para esse propósito, mas não é perfeita. “Ela não diminui totalmente o perigo de dispersar esses gases, mas contribui bastante”, conta.

Para diminuir os efeitos negativos, a direção ecologicamente correta foca na otimização do veículo por inteiro. “O ecodriving ajuda a reduzir a emissão de poluentes em componentes como pastilhas de freio, disco de embreagem, lubrificantes, pneus, entre outros”, explica Shizuo.

Economia para o motorista

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Dirigir o veículo de forma sustentável ajuda a economizar combustível | Foto: Pixabay

Além da consciência tranquila, quem dirige pensando em fazer o melhor para a natureza é recompensado com a conta bancária menos vazia no final do mês. Isso porque a condução sustentável faz com que o carro se desgaste menos durante os anos e, consequentemente, economize combustível. Fora que ajuda o motorista a poupar os gastos com problemas recorrentes devido ao uso incorreto do motor, da transmissão, da embreagem, dos pneus e dos freios, entre outros.

Para os que desejam ir mais fundo nessa questão da “sustentabilidade automotiva”, vale apostar nos híbridos e nos elétricos. Amigos do meio ambiente, esses automóveis poluem bem menos – ou nada, no caso dos movidos a bateria -, e gastam pouco com combustível. Só para se ter uma ideia, dados divulgados pela Companhia Piratininga de Força e Luz (CPFL) mostra que quem dirige os elétricos gasta apenas R$ 0,05 de combustível (leia-se eletricidade) por quilometro rodado, contra R$ 0,19 de quem abastece com etanol.

LEIA MAIS: Dicas para economizar combustível

 

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Rodrigo Loureiro
Escrito por

Rodrigo Loureiro

Rodrigo Loureiro é repórter do site Garagem 360 e da Agência Entre Aspas. Em 2014 atuou na redação do portal UOL Esporte e também já escreveu para as editorias de tecnologia e turismo de outros portais e publicações.

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