Volta do carro popular exige cuidado para não comprar por impulso
O objetivo da MP do carro popular é incentivar a corrida às concessionárias. Porém, é preciso muito cuidado para não comprar por impulso.
Publicada há cerca de duas semanas, a Medida Provisória (MP) do carro popular trouxe uma série de medidas fiscais para estimular o setor automotivo. Nesta semana, o governo federal divulgou a lista dos 31 modelos que passaram a ter desconto. O objetivo da MP é acelerar a ida dos consumidores às concessionárias. Porém, é preciso muito cuidado para não comprar por impulso.
Comprar carro popular por impulso pode causar problemas financeiros sérios
De acordo com Thiago Martello, fundador da Martello EF, fintech de educação financeira, em situações assim é normal que muitas pessoas queiram aproveitar o benefício, mesmo sem poder arcar com as consequências financeiras.
“Muita gente acaba seguindo a manada e querendo fazer parte, mas é preciso considerar que não é porque o carro zero ficou entre R$ 2 mil e R$ 8 mil mais barato que significa que você tem que comprar. Um carro que custava R$ 68 mil e agora custa R$ 60 mil continua sendo um carro relativamente caro”, afirma.
O planejador financeiro também explica que o desconto não deve ser motivo para alguém acelerar o processo de compra de um carro, sendo preciso tomar cuidado para não adquirir um bem como esse por impulso.
“Não é porque existe um desconto que algo se torna uma oportunidade. É necessário avaliar a real necessidade e condição financeira, até porque normalmente as pessoas só pensam na parcela e esquecem dos vários outros gastos atrelados a um carro”, alerta o especialista.
Outro ponto importante levantado por Martello é que o preço de um carro novo, mesmo com desconto, costuma ser muito maior do que o de um carro usado. “Se a pessoa estava pensando em comprar um usado e mudou de ideia por conta do desconto, deve pensar mais um pouquinho. Isso porque basta sair da concessionária para ele desvalorizar”, pondera.
Segundo o especialista, ocorrerá, naturalmente, um barateamento do carro usado, pois o mercado secundário terá de se tornar mais atrativo para competir nesse cenário. “É só ter um pouco de paciência e planejar com calma”, sugere.
Martello sugere que, antes de decidir comprar um carro, você deve responder as seguintes questões:
- Você tem condições de pagar?
- De que forma será feito o pagamento?
- É o momento certo?
- O modelo vai te atender?
- Você já tem reserva de emergência?
- Você tem renda prevista (trabalho fixo)?
- Está preparado para os gastos extras que estão atrelados a um carro, como gasolina, manutenção, seguro e impostos?
Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.