Opinião: Segunda vitória de Vettel no ano aponta para uma real disputa entre Ferrari e Mercedes

Na base da estratégia, Sebastian Vettel venceu no Bahrein e abriu vantagem na liderança do campeonato mundial de F1. O alemão chegou ao segundo triunfo em três corridas, mesmo sem ter feito nenhuma pole position, e agora tem sete pontos a mais na classificação que o inglês Lewis Hamilton, segundo colocado na prova do domingo de Páscoa.

A corrida foi boa, embora menos movimentada que a da China. Os dois líderes do campeonato não chegaram a disputar a posição em pista, mas protagonizaram uma disputa psicológica por quase 40 voltas. Tudo teve início na largada, quando Vettel, que saiu em terceiro, passou Hamilton na primeira curva e assumiu o segundo posto.

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O ritmo do alemão era muito mais forte que o do então líder e pole positon Bottas, que em nenhum momento demonstrou que poderia lutar pela vitória, embora tivesse o mesmo equipamento que Hamilton. Como Vettel não conseguia passar o líder na pista, a Ferrari então resolveu chamá-lo para seu primeiro pit stop, na volta 11. As Mercedes, por sua vez seguiram na pista.

Tudo mudou na volta 13, quando Sainz acertou sua Toro Rosso na lateral da Williams de Lance Stroll , o que provocou a entrada do safety car. Os dois carros prateados foram para os boxes, mas Hamilton reduziu muito sua velocidade na entrada do pit line, atrapalhando Daniel Riccardo, da Red Bull. O resultado foi uma punição de 5 segundos para o britânico, que mudaria completamente o rumo da prova.

Disputa estratégica

Como todos os líderes pararam, Vettel assumiu a ponta, mas Hamilton havia voltado com pneus macios, enquanto o ferrarista estava com os supermacios. Por conta do regulamento, o inglês poderia ir até o final da prova sem a necessidade de uma segunda parada. Já o alemão, teria que parar mais uma vez, para utilizar os compostos de faixa amarela, como manda as regras.

Com pneus que duram mais, o tricampeão mundial passou a diminuir a vantagem de Vettel, que parou pela segunda vez na volta 33. Ele voltou em terceiro, e inverteu o cenário; agora era o alemão quem tinha os pneus mais novos. Hamilton não teve alternativa e fez um novo pit stop no giro 41 e voltou voando na pista, pilotando como se estivesse em um treino de classificação. Apesar do ritmo alucinante, o inglês não conseguiu chegar no tetracampeão, que triunfou pela segunda vez no ano e se isolou na ponta do campeonato.

Pela primeira vez desde o início dessa era turbo, em 2014, uma equipe bate de frente com a Mercedes desde o começo da temporada. Ao que tudo indica, pelo menos nessas três primeiras etapas, é que teremos um grande duelo pelo título, algo que não acontece há muitos anos na Formula 1.

Agora é esperar duas semanas até o GP da Rússia, que acontece no próximo dia 30, e promete mais um capitulo na briga pela ponta da classificação.

Leo Alves
Leo AlvesJornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.
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