Velhos conhecidos lideram ranking de veículos mais registrados

Modelos populares históricos, também chamados de carros clássicos, que tiveram suas produções encerradas já há algum tempo, continuam na liderança do ranking de veículos com mais registros nos Departamentos de Trânsito (Detrans) Brasil afora.

São eles o Gol, o Fusca, a Kombi e a Brasília, todos da Volkswagen, e o Chevrolet Corsa Wind. O Garagem360 aproveitou e conversou com o economista Naama Mendes – também diretor operacional da Datlo, consultoria que levantou os dados. Veja a seguir.

Carros clássicos, os velhos conhecidos, ainda lideram ranking de veículos mais registrados no Brasil 
 Chevrolet Corsa – a versão Wind  (Foto: Divulgação/Chevrolet)

Carros clássicos, os velhos conhecidos, ainda lideram ranking de veículos mais registrados no Brasil

O Gol 1.0, lançado no início dos anos 1980, lidera o ranking com cerca de 1,5 milhões de unidades registradas no mercado, sendo o único a ser ainda produzido atualmente  porém perto da aposentadoria. Em segundo lugar, aparece o modelo Fusca 1300 com cerca de 975 mil unidades. O carro teve sua produção encerrada no Brasil em 1984.

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Os dados fazem parte de um estudo exclusivo realizado pela Datlo, empresa de Geomarketing e Inteligência Geográfica na nuvem, sediada na cidade de Maringá (PR), com atuação em toda a América Latina.

A Kombi, que teve sua produção encerrada em 2014, ocupa o terceiro lugar, com cerca de 800 mil unidades, seguido pelo Corsa Wind paralisado em 2003, com mais de 700 mil veículos.

Encerrando a lista, na quinta posição se encontra a famosa Brasília, fora da linha de produção desde 1982, que conta um total de 533.713 carros registrados.

VW Gol “bolinha” (Foto: Divulgação/VW)

Declínio da produção explica o cenário

O estudo da Datlo conclui que o cenário reflete a combinação de dois fatores: a disponibilidade desses automóveis antigos no mercado e o  declínio na produção de veículos que vem ocorrendo nos últimos anos.

“A tendência é que a produção de carros continue em declínio – houve uma mudança significativa na maneira que o público se desloca, de preferência e de costume”, afirma o economista Naama Mendes, diretor operacional da Datlo.

Kombi. (Foto: Youtube)

“Hoje é muito mais comum ter apenas um carro por família, e assim, vale a pena investir mais em um SUV do que um carro menor, mais popular”, analisa o executivo.

De acordo com os últimos dados do PIB divulgados pelo IBGE, em 4 de março, houve um crescimento de 11,4% no setor de transporte em relação aos anos de 2020 e 2021. A porcentagem, apesar de favorável comparada com os anos recentes, ainda é inferior a 2019, quando foram produzidos no País cerca de 2,656 milhões de automóveis.

“Podemos estabelecer que a queda na produção durante e após a pandemia também é um fator crucial para o ranking de veículos que possuímos hoje”, afirma Naama. “Entretanto, para as montadoras têm sido muito lucrativo, porém com um número menor de automóveis e uma margem maior por carro vendido”, complementa.

Brasília

Paulo Silveira Lima
Paulo Silveira LimaJornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.
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