Veja o motivo da Nissan fechar sua principal fábrica e cortar 22 mil empregos
A Nissan anuncia o fechamento de sua principal fábrica e cortes massivos de empregos. Saiba tudo sobre a difícil decisão da montadora e o futuro da produção de veículos no Japão.
A Nissan Motor Co. Ltd. está passando por uma reestruturação drástica, com o anúncio do fechamento de sua histórica fábrica de Oppama, no Japão, e o corte de 22 mil empregos globalmente. Essa medida faz parte da estratégia de recuperação da montadora, chamada “Re:Nissan”, liderada pelo novo CEO Ivan Espinosa, que busca reduzir custos e simplificar as operações para garantir um futuro sustentável.
Nissan vai fechar sua principal fábrica e cortar 22 mil empregos
A fábrica de Oppama, em funcionamento desde 1961 e localizada a sudoeste de Tóquio, é um marco na história da Nissan, tendo produzido modelos icônicos como o Cedric, Bluebird, Leaf e Maxima. Sua importância é comparável à da fábrica de Dearborn para a Ford nos Estados Unidos. A produção será agora transferida para a Nissan Motor Kyushu Co. Ltd., na província de Fukuoka.
O fechamento de uma instalação tão significativa é um evento raro na indústria automotiva japonesa, que foi a espinha dorsal da economia pós-guerra do país. A decisão de encerrar a produção em Oppama até o final do ano fiscal de 2027 reflete a urgência da Nissan em se adaptar às novas realidades do mercado. Apesar do fechamento, a empresa manterá as instalações de testes de colisão, o Centro de Pesquisa da Nissan e o Oppama Wharf em operação.
A iniciativa “Re:Nissan”, anunciada no início deste ano, prevê o fechamento de sete fábricas e a eliminação de 22 mil postos de trabalho. Além disso, a montadora planeja reduzir o número de plataformas de veículos de 13 para sete na próxima década e diminuir a complexidade das peças em 70%, visando uma significativa redução nos custos de engenharia.
Segundo Ivan Espinosa, a decisão foi “difícil, mas necessária” para superar os desafios atuais da empresa. Ele ressaltou que, embora a fábrica de Oppama seja uma parte orgulhosa da história da Nissan, o passo é vital para a sustentabilidade da montadora.
A reestruturação visa corrigir a “expansão descontrolada” gerada sob a gestão do ex-CEO Carlos Ghosn, que priorizou o volume de vendas e a variedade de modelos de menor preço. A Nissan reconhece que a pandemia acelerou tendências na indústria automotiva e que a empresa demorou para responder a essas mudanças.
Em busca de competitividade e inovação
A transferência da produção e os cortes de custos são vistos como medidas cruciais para fortalecer a competitividade da Nissan no Japão, melhorar a lucratividade dos produtos e apoiar o crescimento de longo prazo. A recente incapacidade da Nissan de concluir uma fusão com a Honda também teria aprofundado seus desafios, acelerando a necessidade de ações de corte de custos.
Apesar das dificuldades, a Nissan tem apresentado alguns sucessos, como o redesenho de modelos importantes e o lançamento da terceira geração do Leaf, complementando sua crescente linha de veículos elétricos. No entanto, o fechamento das fábricas, por si só, não resolverá todos os problemas de receita da montadora.
A Nissan ainda precisa acelerar o desenvolvimento de novos modelos após um período de estagnação. A estratégia de revitalização não se baseia apenas em cortes de custos e não pode ser alcançada com uma transição completa para veículos elétricos da noite para o dia, já que a Nissan precisa manter sua relevância em diversos mercados globais.
A montadora afirmou que já iniciou o diálogo com líderes governamentais locais, fornecedores e representantes sindicais para mitigar o impacto da transição nos funcionários e parceiros que apoiaram a fábrica de Oppama por décadas.
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.