Veículos elétricos: o que levar em consideração antes de adquirir um

A oferta de veículos elétricos vem crescendo. As principais montadoras de carros do mundo estão investindo na criação de modelos com a ajuda da tecnologia – e até fomentando a infraestrutura para abastecimento.

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Veículos elétricos

No Brasil, a frota atual de elétricos e híbridos é de 16 mil. A projeção é que o mercado nacional cresça entre 300% e 500% nos próximos cinco anos, de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

Como se trata de uma tecnologia nova, quem deseja adquirir um veículo desse tipo tem muitas dúvidas em relação ao que se deve considerar antes. Confira os principais pontos o Garagem 360 e a NeoCharge separaram.

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O veículo elétrico atende minhas necessidades?

Antes de tudo, é importante pensar o seu estilo de vida e sua necessidade de uso. Aspectos como espaço ─ a necessidade é diferente dependendo da quantidade de pessoas que serão transportadas ─, se será usado para viagens longas ou viagens curtas aos fins de semana ou apenas no meio urbano para deslocamento ao trabalho, por exemplo.

Além desses fatores – extremante importantes – há também o aspecto do custo-benefício, do conforto e da facilidade no uso que devem ser levados em consideração.

A autonomia é suficiente?

A distância que o carro consegue percorrer antes que a energia armazenada na bateria acabe e seja necessário realizar uma recarga é um dos principais pontos a serem considerados na compra.

Atualmente, a autonomia dos veículos é maior se comparada aos anos anteriores, mesmo assim, é importante conhecer seus hábitos de uso e ter certeza de que a autonomia do modelo seja suficiente para sua necessidade.

No caso do uso urbano em que a distância percorrida é, geralmente, menor que a autonomia do veículo, o uso do carro elétrico se torna funcional, já que é mais fácil encontrar estabelecimentos como supermercados, shoppings e estacionamentos que possuem pontos de recarga.

Mas, em viagens que ultrapassem a autonomia do veículo, é mais complicado, pois, embora a infraestrutura para abastecimento dos veículos elétricos esteja aumentando, ela ainda é pouco abrangente no país.

Como recarregar meu carro elétrico?

A primeira opção é o carregamento feito na própria residência, a maioria dos veículos vem com carregador portátil de fábrica incluso, que pode ser recarregado e conectado a uma tomada de três pinos com diâmetro maior – dessas que se usa para correntes elétricas mais fortes -, sem adaptações na rede elétrica.

Mas, estes carregadores têm a desvantagem de serem mais lentos, levando muitas horas para completar a carga e sendo recomendados apenas em casos emergenciais.

Por isso, dependendo do uso do veículo, é necessário investir em outras soluções, como os carregadores rápidos, que são mais robustos e possuem proteções que evitam danos na rede elétrica.

Já para os moradores de condomínios, há a possibilidade de ter uma estação compartilhada, um espaço exclusivamente para recarregar o carro, no qual a cobrança é feita diretamente para o proprietário. Alguns condomínios mais antigos estão buscando se adaptar à tecnologia e os novos empreendimentos já incluem pontos para recarga de veículo elétrico desde o projeto.

Outra opção para o carregamento são as estações de recarga privadas. Está cada vez mais comum encontrar carregadores disponíveis em shoppings, supermercados, restaurantes e etc. Embora já exista uma regulamentação que permite a comercialização da energia para este fim, atualmente, a maior parte desses estabelecimentos oferece a recarga sem nenhum custo. Dessa forma é possível recarregar o carro enquanto se utiliza os serviços do estabelecimento.

Além disso, há os pontos públicos, que devem ser instalados nas ruas, por todo país, ao longo dos próximos anos. Para facilitar a vida dos usuários, existem aplicativos que indicam os locais onde há postos de recarga, como o Google Maps.

E para ficar mais econômico e sustentável há também a opção de utilizar a energia solar fotovoltaica como fonte de energia para o carregamento do veículo. “Este tipo de solução vem ganhando maior número de adeptos, pois a cadeia de produção e consumo de energia se torna toda limpa e sustentável”, ressalta o sócio-diretor da NeoCharge, Raphael Pintão.

Capacidade de recarga e escolha do carregador

Cada carro possui uma capacidade de recarga e isso influencia no tempo, que, geralmente, varia entre uma e doze horas. Os carregadores também possuem uma capacidade máxima, variando entre 3,7kW e 22kW em corrente alternada.

Segundo Raphael, um carro com a potência de 22kW utilizando um carregador de 22kW irá carregar em 22kW no total. Em um cenário que o veículo ou carregador tenha potência de 7kW, a recarga será limitada pela menor potência, neste caso, o carro irá carregar em 7kW.

Já em relação ao tempo de recarga, “um veículo com capacidade da bateria de 40 kWh, por exemplo, carregando em 22kW levará cerca de duas horas para completar a bateria. Na situação de carregar em 7kW, o tempo aumenta para quase seis horas. Esse não é um fator determinante, já que o carro poderia ficar conectado cerca de 12 horas todos os dias ao longo da noite e no outro dia a bateria estará totalmente carregada”, explica Raphael.

Existem também os carregadores de carga rápida, frequentemente encontrados em rodovias. Eles fazem a recarga em corrente contínua e levam menos tempo que os carregadores residenciais e comerciais. Cerca de apenas 30 minutos, dependendo da capacidade da bateria do carro elétrico.

Preço

Os veículos elétricos são uma ótima alternativa ambientalmente. Mas, mesmo que estes carros tenham um alto valor de mercado, manter um veículo elétrico já é economicamente mais barato que um carro a combustão.

“O motor elétrico possui menor quantidade de peças móveis se comparado a um motor a combustão, e isso é mais vantajoso no que se refere à manutenção do motor, troca de óleo etc. O preço para “encher” o tanque do carro elétrico é mais barato, já que o valor da energia elétrica é menor que o combustível fóssil, e vale lembrar que existem os incentivos fiscais para quem possui um veículo elétrico”, explica Raphael.

Capacidade da bateria

A capacidade da bateria está ligada às necessidades e ao tipo de hábito no uso. Por exemplo: comparando a autonomia de um SUV a um carro compacto, ambos com a mesma capacidade de armazenamento de energia, a bateria do SUV acabaria mais rápido.

Isso por conta de fatores como potência do motor elétrico, velocidade, peso do carro e recursos elétricos que o veículo utiliza (tela, ar condicionado, aquecedor etc.). Com isso, dependendo do tipo de veículo, da capacidade que a bateria tem e das funcionalidades que ele possui, o consumo da energia poderá ser maior do que se espera, e isso influencia em sua autonomia.

Qual tipo de plug de tomada o carro possui?

Existem alguns tipos de plugues de tomada para carregar o veículo elétrico. Por exemplo: a montadora Tesla possui um padrão específico para os carros da marca. As montadoras japonesas e americanas utilizam o padrão de tomada Tipo 1, enquanto a europeia utiliza o Tipo 2.

A questão é que elas possuem diferentes padrões de conectores e protocolos de comunicação, isso significa que um carro elétrico com a tomada padrão Tipo 1 não conseguirá ser recarregado com a tomada padrão Tipo 2.

Algumas estações de recarga possuem cabo e padrão fixos, enquanto outras permitem usar um cabo com o tipo de tomada do usuário, como um adaptador. No Brasil, o plug de tomada mais comum é o Tipo 2, mas ainda há muitos carros sendo vendidos com outros. A dica para evitar transtornos quanto ao padrão de plugue que estará disponível é ter um adaptador, solução simples, que garante recarga em qualquer local.

Carros elétricos e híbridos que rodam pelo mundo

Tendência mundial, a frota de carros elétricos e híbridos não para de crescer. Com o Salão de Genebra se aproximando, é certo que a maioria das fabricantes vai dedicar algum espaço em seus estandes para modelos com essas características. Nesta galeria especial do Garagem360, confira os principais modelos que rodam pelo mundo.

 

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Erica Franco
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