Extintores de incêndio deixam de ser obrigatórios em carros de passeio

Medida foi anunciada pelo Contran nesta quinta-feira e não é válida para veículos comerciais e de transporte de cargas perigosas

O uso de extintor de incêndio em veículos passa a ser facultativo no Brasil. A medida foi anunciada nesta quinta-feira pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Decisão vale para qualquer automóvel, exceto os de uso comercial ou utilizados para transporte com cargas de potencial inflamável.

A principal razão para a alteração seria a falta de tempo útil para que os fabricantes do equipamento pudessem servir o mercado. Ligado ao Ministério das Cidades, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) ouviu das empresas especializadas na produção de extintores que era necessário um prazo maior, de três a quatro anos, para que estas pudessem atender a demanda existente.

Assim, a mudança contraria o próprio Contran que havia divulgado uma nota oficial em dezembro do ano passado afirmando que os proprietários de veículos precisariam adquirir extintores do tipo ABC, em substituição aos do tipo BC, a partir do primeiro dia de 2015.

Outra razão era de que foram realizadas pesquisas e estudos pelo próprio departamento que constataram que as inovações tecnológicas introduzidas nos carros nos últimos anos resultaram em maior segurança contra incêndios. Entre elas destacam-se o corte automático de combustível em caso de colisão e a alteração do local do tanque.

Além disso, as avaliações também mostraram que tanto o extintor quanto o suporte poderiam causar fraturas aos ocupantes do automóvel em caso de colisão.

A entidade ainda reforçou dizendo que Associação Brasileira de Engenharia informou que dos dois milhões de sinistros em veículos cobertos por seguros, apenas 800 tiveram incêndio como causa. Deste total, somente 24, cerca de 3%, informaram que tentaram conter as chamas com o objeto.

No exterior

O uso obrigatório do extintor em automóveis é mais comum em países da América do Sul, como Uruguai, Argentina e Chile. Já nos Estados Unidos e em algumas nações europeias a posse é opcional.

Obrigatório para alguns

A mudança só é válida para veículos automotores que não sejam utilizados para atividades comerciais e que não transportem cargas perigosas. Sendo assim, as autoridades e os agentes de trânsito irão continuar fiscalizando automóveis em que o item não é opcional. A punição para quem não portá-lo ou estiver com a validade vencida é de R$ 127,69 e cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH)

Escrito por

Rodrigo Loureiro

Rodrigo Loureiro é repórter do site Garagem 360 e da Agência Entre Aspas. Em 2014 atuou na redação do portal UOL Esporte e também já escreveu para as editorias de tecnologia e turismo de outros portais e publicações.

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